Presidente do PT critica ação policial do Rio que deixou 121 mortos
Fala ocorreu durante seminário para discutir propostas para a segurança pública

O presidente do PT, Edinho Silva, afirmou nesta segunda-feira (1) que não pode "bater palma" para "121 corpos negros estirados no chão", referindo-se à mega operação policial realizada nos complexos da Penha e do Alemão realizada no Rio de Janeiro.
A fala ocorreu durante um seminário realizado pelo partido na capital carioca para discutir propostas para a segurança pública.
"Nós queremos uma política de segurança pública, mas não podemos bater palma para 121 corpos negros estirados no chão", afirmou o dirigente do partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Isso mostra que o Estado falhou e não teve políticas públicas para disputar esses adolescentes com o crime organizado", completou.
Em sua fala, Edinho reconheceu que sua posição era contrária a da maioria da população brasileira detectada nas pesquisas de opinião.
"Enfrentar a opinião pública não é fácil, mas esse é o papel do PT", afirmou. "Somos um partido de esquerda, um partido de inspiração socialista, não podemos esquecer disso em nenhum momento".
Segundo ele, é preciso "ter vergonha" do que ocorreu no Rio ao invés de "fazer coro com a sociedade". Ele afirmou ainda que "nenhum partido de esquerda sobreviveu sem valores humanistas".
Lula foi bastante criticado ainda antes da megaoperação na Penha e no Alemão ao afirmar que os traficantes são vítimas dos usuários.
Após a operação, que foi considerada a mais violenta da história do Rio e deixou 121 mortos, a direita se mobilizou e conseguiu angariar apoio na população.
Foi aprovado na Câmara dos Deputados o projeto de lei Antifacção que endureceu as penas para criminosos ligados ao crime organizado. O projeto agora tramita no Senado.





















