Atirador que matou 10 pessoas em supermercado no Colorado é condenado à prisão perpétua
Júri rejeitou recuso no qual Ahmad Alissa se declarou inocente por motivo insanidade
O atirador que matou 10 pessoas em um ataque num supermercado no estado norte-americano de Colorado, em 2021, foi condenado à prisão perpétua. A decisão foi divulgada na noite de segunda-feira (23), depois que o júri rejeitou o recurso apresentado pela defesa do réu, que declarou-se inocente por motivo de insanidade.
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Na audiência, os advogados de Ahmad Alissa não contestaram a morte das vítimas, mas alegaram que o cliente sofria de esquizofrenia. Eles afirmaram que ele estava “louco” no momento do ataque e que não conseguia “distinguir o certo do errado”.
Os promotores argumentaram que Alissa estava sã no dia do ataque, já que ele não atirou de forma aleatória e chegou a perseguir os clientes que tentaram correr do tiroteio. Além disso, o fato de estar armado de um fuzil com carregadores que podem conter 30 cartuchos de munição mostrou que o réu queria tornar o ataque o mais mortal possível.
"Não se tratava de doença mental. Tratava-se de violência brutal e intencional", disse o promotor distrital Michael Dougherty.
Ao todo, Ahmad Alissa recebeu 10 penas de prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional pelos assassinatos. Ele também foi considerado culpado de 38 tentativas de homicídio, agressão e de posse ilegal de carregador de grande capacidade. Para esses crimes, o atirador recebeu pena de mais 1.334 anos de prisão.
O ataque
O ataque a tiros aconteceu em março de 2021. Na data, Ahmad Alissa entrou em um supermercado em Boulder, cidade de cerca de 100 mil habitantes no subúrbio de Denver, e começou a atirar contra os clientes. O policial Eric Talley, de 51 anos, foi o primeiro a chegar no local, onde foi morto a tiros pelo agressor. Ele tinha sete filhos.
Além de Talley, houve outros nove mortos, com idades entre 20 e 65 anos. Uma delas, Teri Leiker, 51, trabalhava no local havia cerca de 30 anos.
Alissa se entregou à polícia após ser baleado na perna durante uma troca de tiros. Ele foi levado ao hospital e, posteriormente, à prisão. Apesar de não identificarem a motivação do ataque, os investigadores afirmaram que o agressor agiu sozinho. Tudo aconteceu seis dias depois de um massacre em três spas na área metropolitana de Atlanta.