Médico em Gaza afirma estar usando vinagre para tratar feridos: "chegou a esse ponto"
Sob cerco total, território palestino enfrenta crise humanitária em meio à guerra de Israel e Hamas
SBT News
O cirurgião plástico, especialista em reconstrução,Ghassan Abu Sitta, afirmou estar usando vinagre como último recurso para tratar infecções bacterianas em civis palestinos feridos nos bombardeios israelenses à Gaza.
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"Vinagre da loja de esquina para tratar infecções bacterianas em queimaduras. Chegou a esse ponto", disse em publicação no X, antigo Twitter, na manhã desta 5ª feira (19.out).
Vinegar from the corner shop to treat pseuodomonas bacterial wound infections. Its come to that. pic.twitter.com/mEE4haHMyj
? Ghassan Abu Sitta (@GhassanAbuSitt1) October 19, 2023
Sob cerco total desde o ataque terrorista sem precedentes do grupo Hamas a Israel, o enclave palestino sofre sem acesso à água, comida, combustível e insumos médicos, agravando a crise humanitária causada pelos ataques aéreos contínuos, que já deixaram mais de 3.785 mortos, incluindo 1.524 crianças, e 12.493 feridos. Já são mais de 5,1 mil vítimas, sendo 1.403 israelenses.
Dados atualizados do Escritório Humanitário da ONU (OCHA) mostram que 17 hospitais foram atingidos e danificados na região, sendo que quatro deles precisaram ser evacuados e não estão mais em operação. Todos ficam na região norte da Faixa de Gaza, onde Israel ordenou a evacuação de 1,1 milhão de civis.
Superlotadas e sobrecarregadas, as instalações de saúde restantes estão operando com mais de 150% da capacidade. Nesta 5ª feira (19.out), o segundo maior hospital de Gaza, o Hospital Nasser, desligou as luzes na maior parte das instalações em meio à escassez de combustível para alimentar os geradores.
A expectativa é que os itens básicos para sobrevivência cheguem ao território na 6ª feira (19.out). A liberação da entrada de ajuda humanitária internacional pela passagem de Rafah foi divulgada ontem (18.out) pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que afirmou que a decisão foi tomada após pedido do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Calcula-se que mais de 200 caminhões com toneladas de suprimentos estejam esperando na fronteira do Egito para enviar ajuda à Gaza. Inicialmente, será permitida a entrada de 20 caminhões, todos sob supervisão da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo a organização humanitária internacional Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, "não é suficiente".
"Estamos falando de dois milhões de pessoas que precisam de tudo, então 20 caminhões serão uma gota no oceano", disse o porta-voz da organização."Obviamente, acolhemos com satisfação qualquer ajuda que entre no país, mas teremos de ter muito mais do que isso."
A Cruz Vermelha também alertou para o fato de que não houve compromisso de pausa nos ataques aéreos quando a ajuda for entregue.
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