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George Santos: deputado americano se recusa a renunciar

Para especialistas, era da pós-verdade permite que políticos mintam e não sofram consequências

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George Santos: deputado americano se recusa a renunciar
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Mesmo após ter admitido mentir em seu currículo profissional e acadêmico, o deputado filho de imigrantes brasileiros e recém-eleito pelo partido Republicano, nos Estados Unidos, George Santos, se recusa a renunciar ao mandato no Congresso e continua indo ao trabalho, apesar da crítica, rejeição e zombaria pública, diz a agência de notícias americana AP News.

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Segundo o veículo, George chega à Câmara dos Representantes -- Casa dos deputados americana -- na maioria dos dias para um trabalho de rotina, sem muita profundidade. O deputado foi eleito em novembro e tomou posse em janeiro, mas durante sua campanha, acusações de mentiras em sua história e até um crime de estelionato no Brasil surgiram. Veja aqui.

Para a agência, George é um caso "impensável" em gerações anteriores, mas que vai se normalizando na era da pós-verdade, conceito caracterizado pela modulação da verdade com base na emoção e na intenção de quem a profere, tendo pouca base em fatos.

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Em entrevista rápida à AP News na Câmara, George na Câmara disse: "É um trabalho díficil. Se eu disse que é fácil, estaria mentindo para vocês - e eu não acho que é isso que queremos, certo?".

Então, perguntado pela agência sobre o cenário de pós-verdade, George afirmou: "Penso que a verdade ainda importa muito".

Pós-verdade

O jornal diz que George é produto de um tempo que permite que um recém-empossado à Câmara, sob juramento, possa preservar seu trabalho no dia a dia, mesmo tendo admitido ter mentido aos eleitores sobre currículo, experiência e vida pessoal, em campanha.

Sob investigação na comissão de ética da Casa e na mira de um procurador-geral de Nova Iorque, além das queixas sofridas no Brasil, George parece não se preocupar -- aliás, segundo a AP, há poucos dias ele submetou papelada para uma potencial campanha para reeleição.

"Quando os políticos mentiam, e eram pegos, eles ficavam envergonhados, ou existia algum tipo de consequência", diz Lee McIntyre, autor do livro "Pós-verdade" e pesquisador na universidade de Boston.

"O que eu vejo na era da pós-verdade não é só que as pessoas estão mentindo ou mentindo mais, é que elas estão mentindo com propósito político", disse. "A parte assustadora é que eles estão realmente não sofrendo consequências", conclui.

O que dizem os parlamentares

O Republicano Anthony D?Esposito of New York, também recém-eleito, disse que George se em contra em "delírio". "Eu não acho que isso seja um estado da política. Acho que é o estado de um indivíduo -- e o estado que ele se encontra é de delírio", diz.

"Ele não representa o nosso partido. Deixamos isso muito claro. Ele não faz parte de nós", afirma.

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"Ele deveria ter renunciado há muito tempo" disse o presidente do partido Democrata, Robert Garcia. "Isso não é só o que os Democratas e o que os colegas Republicanos dele em Nova Iorque dizem", Garcia disse em uma entrevista. "Ninguém o quer em Washington", afirmou.

Futuro

Ainda no salão da Câmara, em entrevista à AP News, George foi perguntado se ele estava ali para ficar, que respondeu: "Eu estou aqui para fazer o trabalho que eu eu fui eleito para fazer pelos próximo dois anos. 

A AP News também perguntou se ele concorreria à reeleição. "Talvez", respondeu.

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