Ambientalistas acionam Tribunal Penal Internacional por crimes na Amazônia
Organizações denunciam ataques organizados contra usuários de terras rurais e povos indígenas
Camila Stucaluc
Organizações ambientais informaram, nesta 4ª feira (9.nov), que entraram com um processo no Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade na Amazônia. Segundo as entidades, nos últimos 10 anos, houve mais de 12 mil conflitos por terra ou água no bioma, cenário que vem aumentando o número de assassinatos.
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A ação, assinada por representantes do Climate Counsel, Greenpeace Brasil e Observatório do Clima, aponta a existência de uma rede organizada de políticos, servidores públicos, policiais e empresários que realizaram ataques generalizados e sistemáticos na região amazônica. Os alvos, na maioria, eram usuários de terras rurais e povos indígenas.
Os crimes, que incluem assassinato e perseguição, eram realizados para facilitar a desapropriação de terras, exploração de recursos naturais e destruição do meio ambiente. De acordo com as evidências, entre 2011 e 2021, os conflitos no campo resultaram em 430 mortes, 554 tentativas de assassinato, 2.290 ameaças de morte, 87 casos de tortura e mais de 100 mil expulsões ou despejos.
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"Os crimes cometidos na Amazônia, contra comunidades vulneráveis, são massivos, sistemáticos e bem orquestrados por uma rede de pessoas influentes e poderosas. Sua política de exploração promove a violência em uma escala que equivale a crimes contra a humanidade", diz Richard Rogers, diretor-executivo do Climate Counsel.