Para especialistas, calor extremo na Europa é sintoma do aquecimento global
Mais de 1.100 pessoas morreram em decorrência das altas temperaturas no continente europeu
Sérgio Utsch
O Reino Unido registrou, nesta 3ª feira (19.jul), a temperatura mais alta de sua história: mais de 40 °C. O recorde veio acompanhado de cenas alarmantes. Em Londres, uma base aérea militar e um aeroporto precisaram ser fechados porque a pisa começou a derreter.
"Em uma situação normal, isso seria impossível", alertou o chefe do serviço britânico de meteorologia. No serviço espanhol, 117 observatórios nunca tinham registrado tanto calor. As queimadas varreram 600 km² e forçaram a retirada de quase 6 mil pessoas de casa. Na França, foram 34 mil. Em todo o continente, pelo menos 1.100 pessoas morreram em decorrência das altas temperaturas.
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Para especialistas, não é apenas sobre o desconforto causado por dias de tanto calor, mas sim sobre os sintomas de um aquecimento global que só se agrava. Os cientistas afirmam que eventos como este indicam que a humanidade vive uma "catástrofe em conta-gotas", que seja no Reino Unido ou no Brasil, já é a causa de episódios trágicos, que tendem a ficar cada vez mais frequentes.
A situação é considerada tão grave que a agência do clima das Nações Unidas disse, nesta 3ª feira (19.jul), que "o mundo inteiro vai pagar uma conta cada vez mais alta" se não reduzirmos o volume de poluentes na atmosfera, especialmente o monóxido de carbono, presente nos combustíveis fósseis.
"A direção é clara e, no futuro, essas ondas de calor serão normais", alertou Petteri Taalas, chefe da Organização Mundial de Meteorologia. As centenas de mortes registradas são o topo da crise que compromete a agricultura, os transportes e a segurança das cidades.
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