Moraes afasta delegado que apura interferência na PF e pede novo nome
Delegado fez solicitações que miravam decisões do atual diretor, nomeado quase um ano após início do inquérito

Leonardo Cavalcanti
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o afastamento do delegado da Polícia Federal responsável pela condução do inquérito que apura uma suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na corporação. Moraes ainda decidiu que o atual diretor da PF, Paulo Maiurino, deve indicar um novo nome para a função.
O inquérito foi instaurado a pedido da Procuradoria-Geral da República após declarações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Ao deixar o cargo em 24 de abril do ano passado, Moro justificou a decisão com uma suposta interferência do presidente na PF.
O delegado designado para conduzir o inquérito na corporação, porém, determinou providências que foram efetivadas pelo atual diretor da PF -- que assumiu o cargo em 6 de abril deste ano, ou seja, quase um ano depois das declarações de Moro.
"Verifico que as providências determinadas não estão no escopo desta investigação , pois se referem a atos que teriam sido efetivados no comando do DPF Paulo Maiurino", assinalou Moraes na decisão. "Não há, portanto, qualquer pertinência entre as novas providências referidas e o objeto da investigação", acrescentou o magistrado.