"Quem traz guerra deve ser julgado", diz Zelensky no Tribunal de Haia
Presidente ucraniano defendeu investigação de "atrocidades em massa" cometidas por Moscou no país
Camila Stucaluc
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, se reuniu, nesta 5ª feira (4.mai), com o presidente do Tribunal Penal Internacional (TPI), Piotr Hofmanski, para discutir a criação de uma Corte especializada em crimes de guerra para julgar as ações da Rússia no país. Em discurso, o político defendeu o julgamento do presidente russo, Vladimir Putin.
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"O agressor deve sentir todo o poder da justiça. Essa é a nossa responsabilidade histórica Todos queremos ver um Vladimir diferente aqui em Haia, aquele que merece ser sancionado por suas ações criminosas. Tenho certeza de que veremos isso acontecer quando vencermos, e venceremos", disse Zelensky. "Quem traz a guerra deve ser julgado", frisou.
Zelensky disse ainda que fará todo o necessário para instalar uma investigação e um julgamento dentro da jurisdição nacional pelas "atrocidades em massa" cometidas pelas forças russas na Ucrânia. Ele reforçou a importância da abertura de um gabinete do TPI em Kiev em um futuro próximo, o que irá contribuir para a cooperação nas apurações.
As ações russas na Ucrânia já estão sendo investigadas no TPI. Em março, por exemplo, a Corte emitiu um mandado de prisão contra Putin e contra a comissária para os Direitos da Criança, Maria Alekseyevna, acusados de participarem da deportação forçada de crianças ucranianas, sobretudo daquelas procedentes de áreas ocupadas.
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Como a Rússia não reconhece a Corte, no entanto, os mandados não podem ser cumpridos, a não ser que os alvos visitem algum país que participa do tratado de Haia. Além da deportação de crianças, Zelensky pede a investigação das ações russas nas cidades de Bucha e Izyum, onde centenas de civis foram encontrados mortos.