"Vai dar 10 centavos para cada um?", indaga Mourão sobre reajuste
Orçamento da União prevê R$1,7 bi para aumentos mas não indica categorias beneficiadas
!["Vai dar 10 centavos para cada um?", indaga Mourão sobre reajuste](/_next/image?url=https%3A%2F%2Fsbt-news-assets-prod.s3.sa-east-1.amazonaws.com%2FHamilton_Mourao_023753c006.jpg&w=1920&q=90)
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), ironizou a sanção do Orçamento Geral da União com a previsão de R$ 1,7 bilhão para reajuste do funcionalismo. "É espaço pequeno, né. Não dá para todo mundo. Vai dar o que, dez centavos para cada um?", indagou.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Quando foi aprovado no Congresso, o montante de R$ 1,7 bi seria para policiais federais, policiais rodoviários federais e agentes de segurança do Departamento Penitenciário Nacional. Outras dezenas de categorias do funcionalismo passaram a cobrar também aumento salarial e ameaçam greves.
A lei orçamentária sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) com vetos parciais foi publicada nesta 2ª feira (24.jan) no Diário Oficial da União. O valor foi mantido no orçamento mas não diz quais categorias serão beneficiadas.
+ Vetos de Bolsonaro ao Orçamento somam R$ 3,1 bi; veja principais cortes
O diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente do Senado (IFI), Felipe Salto, ressalta que há o risco de privilegiar categorias. "Se você concede para uma ou duas categorias a pressão dos outros que não foram beneficiados aumenta. E aí você pode acabar contratando compromissos e gastos pro futuro que não são sustentáveis", alertou.
O economista avalia que a discussão sobre reajuste dos servidores tem de ser mais ampla e precisa passar por uma reestruturação das carreiras do funcionalismo.
"Discutir reajuste salarial é importante e pode haver casos de categorias que precisem de aumento, mas não desta forma, no improviso: quem chora mais, pode mais. Não pode ser assim. Tem que ser uma discussão dentro da reforma administrativa, que repense as carreiras de Estado, mas isso está longe de acontecer no curto prazo", concluiu.