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Eleições

"Nosso partido está sendo censurado", afirma Edson Dorta

Candidato ao governo de São Paulo pelo PCO, ele concedeu uma entrevista ao SBT News

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Edson Dorta
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Candidato ao governo de São Paulo, Edson Dorta, do Partido da Causa Operária (PCO), concedeu uma entrevista ao SBT News. Natural de Campinas, ele tem 50 anos, e já foi candidato a deputado federal, prefeito de Campinas e vice-presidente. Além disso, foi diretor do Sindicato dos Correios, também no interior do estado, e diretor da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) entre os anos de 2012 e 2015. Lílian Cristina Miranda foi escolhida como sua vice na chapa.

Confira a entrevista na íntegra:

Quais são as 3 propostas de governo que você e seu partido têm para apresentar?
Nosso partido apresenta as reivindicações dos trabalhadores nas eleições, então, o que mais sentimos hoje, na atualidade, em relação aos trabalhadores, é a questão do emprego. Uma questão que levantamos é a de que o governo deveria apresentar uma proposta de redução da jornada de trabalho para 35 horas, sem redução salarial. Faria com que trabalhadores, trabalhando menos, abrissem vagas para outros trabalhadores. Outra questão é o próprio salário defasado, pela inflação e pelas perdas dos últimos anos. Em relação a isso, defendemos que tem que ter uma escala móvel de salário, ao estilo do gatilho salarial, em que, se atingida uma determinada margem, você tenha um reajuste, tipo 3%. O trabalhador não pode ficar esperando 1 ano ou mais para ver o seu salário se recompor. [Além disso] levantamos a questão da luta contra as privatizações. Nós somos a favor de reestatizar todas as empresas que foram privatizadas e não deixar que privatizem as que ainda não foram. Isso significou um serviço precário para a população, aumentou o serviço, houve demissão e, ainda, eles roubam a empresa na hora de vender. Ela é vendida a um preço irrisório, como aconteceu recentemente com a Eletrobras.

Qual é o mote da sua campanha? Qual é o principal recado, mensagem que vocês têm?
A principal mensagem que temos na campanha é falar para o trabalhador, para o povo, que as eleições não resolvem o problema de ninguém. Passa eleição, vem eleição e a eleição acaba sendo só a continuidade da administração dos interesses dos grandes capitalistas, por profissionais da política que estão aí como se fossem executivos dos interesses desse pessoal. Então, nós chamamos o trabalhador a se mobilizar pelas suas reivindicações e, por meio da sua mobilização e da sua organização, levantar e arrancar suas reivindicações mais necessárias, mais sentidas. Por isso, nós somos um partido que participa das eleições para promover esse tipo de organização. Inclusive, estamos mostrando que o nosso partido está na vida política do dia a dia e não só nas eleições para organizar a classe trabalhadora neste sentido.

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Qual é o maior desafio que você acha que vai enfrentar?
O maior desafio que o nosso partido está enfrentando, e não o que vai enfrentar, é a perseguição por parte, justamente, do Tribunal Superior Eleitoral e dos tribunais aqui do país. Antes mesmo da eleição acontecer, o STF, por meio do Alexandre de Moraes, num processo inconstitucional mandou bloquear todas as nossas redes sociais, desde o Twitter, TikTok e Youtube, alegando que estávamos cometendo fake news. Ele também já anunciou que vai atrás de todo mundo que, supostamente, estaria cometendo fake news. O problema é que não existe fake news na legislação brasileira, é ele que determina quem está cometendo fake news, então acho que o grande problema já começou para o nosso partido. O nosso partido já está sendo censurado antes mesmo da eleição começar, nós não temos horário na televisão, nós participamos de poucas entrevistas e, agora, até os nossos canais nas redes sociais foram bloqueados.

O que você e seu partido, em caso de vitória, vão fazer assim que assumir o Palácio dos Bandeirantes?
Nosso partido propõe que os trabalhadores controlem quase tudo. Nós somos a favor de organizar a administração dos interesses públicos por meio dos trabalhadores. Nós achamos que os trabalhadores precisam criar conselhos, decidir seus interesses nos bairros, nas cidades através desses conselhos. Nós somos a favor de que as empresas públicas tenham cargos de direção através das eleições. Então, o cargo de presidente não seria indicação política, seria os próprios trabalhadores elegendo os seus diretores. Nós somos a favor da administração dos interesses públicos pelos próprios trabalhadores.

O que é possível fazer com tão pouco tempo, tão pouco espaço de propaganda eleitoral, ainda mais no rádio e na TV?
Isso deveria ser demonstrado como aspecto antidemocrático das eleições, porque muita gente fala que a população, os eleitores, terão oportunidade de conhecer os candidatos, mas a eleição é tão fechada que você acaba saindo dela sem os eleitores te conhecerem, porque o nosso partido não tem nem 1 segundo de horário eleitoral gratuíto. As eleições são organizadas basicamente pela televisão e pelo rádio. São 45 dias de eleição, num estado que tem mais de 500 municípios, como você conseguiria percorrer esses municípios, fazer com que a população te conhecesse, se não fosse através dos grandes veículos de comunicação? E os veículos de comunicação estão voltados para apresentar os principais candidatos. Esse é um grande obstáculo para que você faça uma campanha que, pelo menos, as pessoas te conheçam. Nós, obviamente, vamos sair das eleições com uma boa parcela da população sem nos conhecer, por causa desse aspecto, dessas leis, cláusulas de barreira que levam ao aspecto antidemocrático da eleição.

Qual é o pricipal objetivo da sua candidatura?
Todas as candidaturas do PCO têm como objetivo usar as eleições como uma tribuna para apresentar um programa político, que é voltado aos interesses da população. Como eu disse anteriormente, para chamar a população a se organizar através da sua própria mobilização, através da mobilização pelos seus próprios interesses. Este é o objetivo: nossa vitória é sair das eleições com o partido 3 ou 4 vezes maior do que se encontra hoje.

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