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Moro, Tebet e d'Avila defendem união de candidaturas contra Lula e Bolsonaro

"Todos nós nos apresentamos como pré-candidatos para derrotar o populismo", disse o presidenciável do Novo

Moro, Tebet e d'Avila defendem união de candidaturas contra Lula e Bolsonaro
Simone Tebet, Sergio Moro e Felipe d'Avila participam de debate intermediado pelo economista Joel Pinheiro (Guilherme Resck/SBT News)
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Falando a líderes empresariais (da organização LIDE) em almoço-debate realizado nesta 6ª feira (18.fev), no Grand Hyatt São Paulo, na zona oeste da capital paulista, a senadora Simone Tebet (MDB-MS), o cientista político Felipe d'Avila (Novo) e o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) -- três nomes da chamada terceira via na corrida presidencial -- se apresentaram como unidos em prol de romper com a polarização, por parte do eleitorado, entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), e do combate ao populismo. Além disso, defenderam a aglutinação, em torno de um único nome, de candidaturas ao Planalto que se opõem ao petista e ao atual presidente.

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"Todos nós nos apresentamos como pré-candidatos para derrotar o populismo", disse d'Avila em referência aos outros dois presidenciáveis presentes. Segundo ele, quem escolherá o nome único a representar a terceira via será "o povo". A união entre partidos, acrescentou, partirá da aceitação popular e da convergência de propostas. Simone Tebet, por sua vez, pontuou que o "centro democrático" tem consciência da necessidade de se unir para derrotar Bolsonaro e Lula, mas ainda não sabe qual nome "tocará o coração das pessoas". Também conforme ela, a escolha dessa candidatura única da terceira via precisa ser feita "muito devagar", porque se realizarem "a escolha errada", estarão "diante de dois populistas". As pesquisas eleitorais deverão nortear essa definição, que, disse a senadora, pode sair em maio.

De acordo com Moro, a união em torno de apenas um representante da terceira via "é urgente" e, quanto mais cedo ocorrer, "melhor", porque Lula e Bolsonaro e seus respectivos apoiadores, diz ele, enfrentam os opositores com a "mentira" e ele próprio "leva pedradas" dos seguidores dos dois primeiros colocados nas pesquisas. O ex-juiz acrescentou que, desde o início, assumiu o compromisso de combater a polarização. No evento, nesta 6ª, cada um dos três presidenciáveis tinha direito a responder, dentro de 1 minuto e 30 segundos, à pergunta feita a cada bloco.

Dentre os presentes que questionaram, estiveram o chairman do LIDE, Luiz Fernando Furlan, Tayguara Helou, presidente da Braspress, e Isaac Sidney, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). O debate foi intermediado pelo economista Joel Pinheiro. Os pré-candidatos chegaram ao salão do evento por volta das 12h30. Antes de subirem ao palco para falar, puderam se acomodar em uma grande mesa no centro do local e, ainda, conversar entre si e/ou com outros convidados. A advogada Rosângela Moro, esposa do ex-juiz, também assistiu ao debate.

Em uma fala introdutória, a vice-presidente executiva do Grupo Doria, Celia Pompeia, pontuou: "A gente sabe que só vai ganhar um, mas a gente tem a certeza que vocês três que estão aqui hoje nunca vão desistir do Brasil". Comentando sobre como vencer a polarização política no país, Tebet disse que a romperão "com a verdade, olho no olho". Segundo ela, o próximo pleito é classificado como o mais importante desde a redemocratização, visto que, no cenário de pandemia e crise econômica no Brasil, a divisão entre polos foi crescendo, assim como discursos de ódio e ameaças à democracia e às instituições democráticas.

Moro conversa com Felipe d'Avila antes de debate (Guilherme Resck/SBT News)
Moro conversa com Felipe d'Avila antes de debate | Guilherme Resck/SBT News

Já para d'Avila, o combate à polarização se dá com a destruição do populismo: "Precisamos reconhecer que a polarização existe por causa do populismo". E isso, diz ele, só pode ser feito "pelo voto consciente", ou seja, rompendo com o que chamou de "voto de sonâmbulo". O cientista político acredita existir atualmente no Brasil também um "alto-engano", no eleitorado, de que a eleição já tem um resultado definido. Sergio Moro, por sua vez, também disse ser necessário "parar com essa história de que a eleição está dada, senão a gente começa a ver isso se concretizar". De acordo com o presidenciável do Podemos, "o debate ainda vai mudar muito" e o que mais vê por onde tem percorrido "é uma grande insatisfação" com Lula e Bolsonaro.

Em ataque a Lula, afirmou que a candidatura do ex-presidente é "baseada na mentira". Já em crítica a Bolsonaro, classificou sua gestão como "um governo que não deu certo". Segundo Moro, o atual presidente, do qual foi ministro, "abandonou" as promessas feitas em 2018. Assim como Tebet, defendeu "falar a verdade" à população para vencer a polarização.

No segundo bloco de pergunta, Tebet e d'Avila se posicionaram a favor de um semipresidencialismo no Brasil. Porém, declarou a senadora, "meia dúzia" de parlamentares "sequestrou o Orçamento". Isso estaria demonstrado, por exemplo, pelo chamado "orçamento secreto". Já o presidenciável do Novo ponderou que antes de discutir semipresidencialismo, é preciso "fazer a lição de casa: reforma política, voto distrital, rever a questão do fundo partidário".

Moro, por outro lado, falou não ver a mudança para o outro sistema de governo como uma "solução" para problemas do país. "A solução é escolher bons presidentes". Ainda de acordo com o ex-juiz, a nação precisa de um presidente "reformista", e concretizar as reformas tributária e administrativa, por exemplo. Ele concordou com Tebet no que diz respeito ao Congresso ter sequestrado o Orçamento, e a parlamentar, com ele, sobre Bolsonaro não ter sido reformista: "Nós temos um Congresso reformista e o presidente da República perdeu essa oportunidade".

Os três presidenciáveis defenderam a reforma trabalhista feita no governo de Michel Temer, em contraste com Lula, que diz querer revogá-la. Para a senadora, não foi a reforma "ideal, mas a possível". Como ponto positivo dessas mudanças nas leis trabalhistas, d'Avila citou queda no número de processos do tipo na Justiça: de 4 milhões para 1 milhão. Porém, em suas palavras, "precisa não só fazer a reforma trabalhista, mas acabar com o monopólio da CLT". Sua ideia, explica, não é acabar com a Consolidação das Leis do Trabalho, mas aprimorar a forma de se contratar for dela. De acordo com Moro, "a discussão real que a gente tem que fazer sobre esse tema [trabalho] é a carga tributária em torno de salários". Ele diz desejar reduzi-la, em especial nos salários mais baixos.

Em relação a investimentos no Brasil, Tebet e d'Avila concordaram que investidores internacionais não olham para o Brasil por falta de confiança. De forma mais específica, a senadora citou como obstáculos, nessa caso, a falta de seguranças jurídica e institucional. Ainda nesse bloco de pergunta, Moro e o cientista político defenderam privatização. "Não tem que tratar a privatizado com preconceito nenhum", disse o pré-candidato do Podemos.

Supremo Tribunal Federal

Moro disse ser preciso ter respeito para com o STF, mas criticou a decisão da Corte que anulou as condenações de Lula: "Essa anulação da condenação do ex-presidente Lula é um erro judiciário". Em suas palavras, a Corte "mandou uma mensagem de que o crime compensa". D'Avila também defendeu o respeito à institucionalidade. Entretanto, segundo ele, o Senado precisa ter "mais rigor" na aprovação dos ministros. Ele afirmou também que "a gênese do mal funcionamento do Supremo é a política". Isso porque, completou, a política precisa parar de judicializar medidas dela própria.

Tebet, por outro lado, disse haver uma "politização da Justiça", com várias decisões inconstitucionais do presidente da República, por exemplo, precisando ser questionadas no STF. Para melhorar a atuação da Corte, ela defende uma mudança no papel do Supremo na Constituição: tirar dele a capacidade de ser Corte criminal, como outros países do mundo.

Escolhas técnicas

Respondendo questionamento sobre como escolheriam o ministro da Saúde num eventual governo -- se de forma técnica ou pautada em questões político-partidárias --, Tebet disse acreditar não haver problema em ter políticos na pasta, desde que tenham conhecimento técnico. O integrante do Novo afirmou que o problema principal nesse caso é o presidente da República, isto é, não adianta colocar técnicos se o chefe do Executivo for populista. No governo Bolsonaro, declarou ele, com o presidente sendo populista, a vacinação contra a covid-19 teve problemas. Moro também criticou Bolsonaro ao responder; segundo o ex-juiz, decisões técnicas foram subordinadas a decisões político-partidárias no governo dele e no de Lula, o que "jamais" pode ocorrer.

Agronegócio

Simone Tebet teceu críticas ao presidente da República também ao comentar sobre o agronegócio. A senadora pontuou que o setor está sendo "muito penalizado" por uma política do governo Bolsonaro que não sabe explicar existir a Amazônia Legal e produtores respeitadores do meio ambiente. Além disso, afirmou, o chefe do Executivo "aniquilou" os órgãos de fiscalização e controle do desmatamento ilegal. 

Nas palavras de d'Avila, a questão ambiental "é o bilhete da loteria que o Brasil ganhou". Isso porque, disse, é o "único país que pode capitalizar carbono plantando árvore". Ele afirmou ser necessário preservar o agronegócio, plantar árvores e investir em energia renovável. Já de acordo com Moro, "os brasileiros querem, sim, preservação do meio ambiente". Porém, no atual governo, acrescentou, "houve um incremento do desmatamento da Amazônia Legal".

Ainda ao comentar sobre o assunto, classificou o discurso do atual governo, em especial o do presidente, sobre o tema como "absolutamente equivocado, porque ele acaba estimulando o comportamento ilegal aqui dentro e passa uma imagem errada do Brasil para fora".

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