Fortes chuvas no Rio Grande do Sul preocupam produtores de azeite

As fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul nos últimos meses têm preocupado os produtores de azeite.

O estado concentra 80% da produção nacional e os temporais comprometeram o cultivo de azeitona na região. A previsão é que a oferta de azeite chegue somente à metade do esperado.

Parte das oliveiras de uma propriedade de Triunfo, no Rio Grande do Sul, sofreu com as fortes chuvas entre agosto e setembro - justamente no período de polinização das flores.

"A chuva faz com que a umidade do ar não deixe o pólen viajar muito, então isso reduz a polinização. Essa fecundação acontece na flor de oliveira e, consequentemente, reduz a produção dela", afirma Christian Vogt, sócio-proprietário.

Este ano, o Brasil produziu 580 mil litros de azeite- um recorde que não deve ser superado tão cedo.

A produção nacional de azeite representa apenas 0,5% do que os brasileiros consomem. 99,5% do produto que chega à nossa mesa é importado, mas o maior exportador do mundo também sofre com problemas no clima. A Espanha enfrenta a terceira safra com seca.

O impacto da falta de chuva lá reflete no preço nas gôndolas dos mercados. O azeite de oliva ficou 33% mais caro este ano, mas importado segue sendo mais barato que o nacional.

O Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva) reclama que os produtos que vêm de fora são irregularmente classificados como de qualidade superior.

"Eles vêm como extra virgem, mas comprovadamente ali dentro estão óleos virgens, óleos de segunda categoria, o que o brasileiro ainda não está acostumado é identificar essa diferença, entender que realmente o extra virgem brasileiro é um produto que entrega mais qualidade do que os importados", afirma Renato Fernandes, presidente do Ibraoliva.