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Mercado financeiro: bolsa acima dos 107 mil pontos e dólar em queda

Ata do Copom não aponta nem quando caem os juros nem que a Selic vá voltar a subir

Mercado financeiro: bolsa acima dos 107 mil pontos e dólar em queda
Mercado financeiro
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O mercado financeiro nacional teve dia de Ibovespa em alta de 1,01% aos 107.113 pontos e dólar em baixa. A moeda americana cedeu 0,48% para fechar abaixo dos R$ 5,00 (R$ 4,987). Na visão dos investidores, o posicionamento da Ministra do Planejamento, Simone Tebet, sugerindo uma surpresa positiva quanto à inflação -- leia-se IPCA, que sai esta semana -- ajudou e muito a impulsionar os negócios. Também houve repercussão positiva entre os investidores da fala do secretário do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, cotado para diretoria de Política Monetária do Banco Central, que disse que " todos querem baixar os juros", sugerindo que a diretoria do BC não tem nenhuma satisfação em manter os juros altos. Depois de uma reação no mínimo controversa quanto à indicação do nº 2 de Fernando Haddad para o Banco Central pelo mercado, no dia anterior, nesta terça-feira (09.mai)  foi Galípolo falar e os investidores aproveitarem o melhor da interpretação para catapultar os negócios -- e o índice. 

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Outro fator a orientar as análises de observadores e investidores foi a Ata da reunião do Copom da semana passada, que manteve uma vez mais a taxa básica dos juros no Brasil em 13,75%. Em linha geral, a visão dos especialistas deu conta de que se a Ata não apontou com clareza quando começam os cortes nos juros, ao menos dirimiu apostas de que a Selic possa voltar a subir. Para Étore Sanchez, da Ativa Investimentos, a aposta é desde já que a taxa referencial de juros no Brasil vai permanecer inalterada até abril de 2024. O documento do Banco Central estabelece ainda que não há relação "mecânica entre a política do BC e o novo arcabouço fiscal", a ser votado no Congresso. 

Inflação

O relatório do Banco Central faz alusão ainda à resistência da inflação em ceder -- quando considerados principalmente os núcleos dos indicadores -- ou, ao menos, a menor velocidade das reduções destes crescimentos. 

Em função disso, o Copom ressaltou as necessárias " serenidade e paciência" para atingir os objetivos da política monetária. A dupla de condições já tinha figurado no comunicado que saiu em seguida à decisão de manter os juros nos dias 02 3 03/05/23. Agora, a autoridade monetária lançou mão da expressão " menos prováveis" para classificar os cenários que poderiam implicar em novas altas de juros. E uma vez mais falou em "período prolongado"  de manutenção dos juros. 

Confira repercussões dos analistas de mercado.

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos

"A autoridade busca afastar cenários de cortes precoces baseados no comportamento do headline da inflação corrente.  Temos ressaltado em nossas projeções sobre política monetária que a restrição de política monetária está caindo "por baixo", o que significa que mesmo sem que a Selic recue a política monetária fica menos restritiva por elevação do neutro [com contribuição de indicadores menores de inflação]. Deste modo, reafirmamos nossa perspectiva de que a Selic ficará estável em 13,75% até abril de 2024, quando iniciará o ciclo de baixa ao ritmo de 0,50 ponto percentual por reunião ".

Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital

"Na recente Ata divulgada do Copom, os diretores do BC mantiveram a mesma postura rígida das ultimas reuniões: a projeção de inflação segue inalterada e indicaram que continuarão a fazer de tudo para deixar a inflação dentro da meta. Avaliaram, porém, que os cenários que poderiam retomar um ciclo de aperto monetário se tornaram bem menos prováveis e reconheceram que a apresentação do arcabouço fiscal pelo governo reduz a incerteza associada a crescimento da dívida pública e a extremos riscos fiscais. 

Com essa ata, certamente não vemos uma sinalização do BC em realizar cortes na Selic na próxima reunião. Ainda é cedo para falar sobre a reunião de Agosto, mas mercado ainda não vislumbra a possibilidade de cortes no inicio do segundo semestre, precisamos acompanhar a evolução fiscal e da inflação.


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