Publicidade
Economia

Entre afago e crítica, PT alterna tom sobre Campos Neto no Banco Central

Lula e Gleisi assumem antagonismo, enquanto Haddad aposta em pacificação com o chefe da autarquia

Imagem da noticia Entre afago e crítica, PT alterna tom sobre Campos Neto no Banco Central
Banco Central
• Atualizado em
Publicidade

Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann (PT-PR), não poupam críticas à política do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad busca pacificar o ambiente. O tom das críticas contrasta entre os petistas. 

+ Leia as últimas notícias no portal SBT News

Nesta 3ª feira (7.fev), Haddad reconheceu que a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) foi melhor que o comunicado da semana passada ao citar pontos do trabalho que vem sendo feito no Ministério da Fazenda. "Veio melhor que o comunicado. Mais extensa, analítica, colocando pontos importantes sobre o trabalho do Ministério da Fazenda. É uma ata mais amigável em relação aos próximos passos que precisam ser tomados", afirmou.

Um dia depois Gleisi Hoffmann afirmou que a ata divulgada pelo Copom do BC está "muito mais crítica" com o governo Lula do que com a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em seu perfil no Twitter escreveu, nesta 3ª (7.fev), que "o Banco Central não deu um pio sobre as façanhas orçamentárias de Bolsonaro para se reeleger". 

Lula x Banco Central

As declarações de políticos próximos a Lula vieram em um período em que o presidente tem subido o tom contra a política monetária conduzida pelo Banco Central. Na cerimônia de posse de  Aloizio Mercadante como presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), na 2ª, Lula criticou a decisão do Copom de manter a taxa Selic em 13,75% ao ano. Afirmou que o aumento dos juros é uma "vergonha" e que o país tem uma cultura de juros altos.

O chefe do Executivo também não esconde a irritação com a autonomia do BC. Admitiu, inclusive, que poderá rever o tema ao término do mandato do atual presidente Roberto Campos Neto, em 2024. Lula afirmou que iria esperar "esse cidadão", Campos Neto, terminar o mandato para "fazermos uma avaliação do que significou o Banco Central independente".

Habilidade política

Enquanto a ala mais radical ataca, Haddad busca o equilíbrio. Na semana passada, o ministro da Fazenda e Campos Neto se encontraram em uma reunião em São Paulo. Segundo interlocutores os dois têm se falado para alinhamento de tudo que está sendo feito pelo governo. A visita do presidente do BC foi considerada uma "gentileza", que reforça a disposição do diálogo sobre a política monetária, a cargo do Copom, e da fiscal, sob a gestão de Fernando Haddad. 

Projeto tenta revogar autonomia do BC

Em meio aos embates entre parte do governo e o Banco Central, o Partido Socialismo e Liberdade (PSol) apresentou, nesta 3ª feira (7.fev), um projeto para colocar fim à autonomia do Banco Central. A proposta também estabelece que o banco fique subordinado ao presidente da República.

Ao SBT News, o deputado Chico Alencar (PSol-RJ), defende que a intenção é fazer com que as políticas do banco sejam alinhadas ao governo eleito, independente de quem seja. "Nós pedimos no projeto de Lei para reconstituir o Banco Central do Brasil, que cuida da nossa moeda, como órgão vinculado ao governo eleito pelo povo, sempre, qualquer que seja", declarou o parlamentar.

Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade