Inadimplência é recorde e atinge 6,4 milhões de empresas no país
Ao longo de todo o ano de 2022, não houve um único registro mensal que apontasse diminuição do endividamento
Guto Abranches
Desde 2016 o país não assistia a um cenário de endividamento das empresas tão ruim quanto no mês passado. O Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian ressalta o resultado como sendo o pior da série histórica do índice, iniciado há seis anos. Durante o ano inteiro de 2022, não houve nenhuma apuração de queda na inadimplência, diz a Serasa.
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O levantamento aponta que, em novembro, quase 6,4 milhões de empresas no Brasil tinham algum nível de compromisso em aberto. Confira no gráfico abaixo a trajetória das dívidas da Pessoas Jurídicas ao longo do último ano:
Eram 6.392.011 negócios no vermelho, no mês passado. Feitas as contas, 59.059 empresas a mais ficaram com o "nome" comprometido com fornecedores e afins. Aumento de 1% sobre as 6.332.952 que estavam endividadas em outubro. A melhora deste cenário depende também da melhora na vida financeira dos consumidores. "Para que esse cenário mostre uma visão mais positiva, é necessário que os consumidores consigam sair da inadimplência, aumentem seu poder de compra e comecem a honrar com seus próprios compromissos financeiros", avalia o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi. Claro que, cumpridas essas etapas, o incremento do consumo dessas pessoas físicas é que será determinante para a retomada entre as empresas. "Esses fatores deverão contribuir para o fluxo de caixa dos negócios que, só então, conseguirão levar as companhias a se organizar financeiramente", afirma Rabi.
Setor Serviços
Entre os setores comprometidos com maior endividamento, o segmento de Serviços respondeu por 53,5% do total. Em sequência está a parcela do Comércio (37,5%), Indústria (7,7%), setor Primário (0,8%) e Outros (0,4%).
O estoque em valor absoluto das dívidas contraídas pelas empresas chegou a R$ 108 bilhões. É igualmente um valor recorde histórico. Para chegar a esse valor, foram considerados 45 bilhões de débitos negativados. Cada CNPJ no vermelho tinha cerca de 7 dívidas a pagar.
Por regiões, a distribuição das empresas endividadas ficou assim:
- São Paulo apontou 2 milhões e 75 mil empresas (2.075.708) no vermelho;
- Minas Gerais veio em segundo com seiscentas e vinte e três mil inadimplentes (623.601);
- Rio de Janeiro teve 576 mil empresas endividadas (576.067);
- Roraima foi a unidade da federação que menos apresentou empresas com valores em aberto: 8 mil e oitocentas (8.899).
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