Aquecimento global custou R$ 16 trilhões ao mundo desde 1990, diz estudo.
Análise também revela que países pobres tiveram mais prejuízos, o que confirmaria a injustiça climática
Pablo Valler
A ação humana e a revolução industrial, que fizeram a Terra aquecer mais rapidamente que o natural, causam muito mais prejuízos do que a gente possa imaginar, de acordo com um estudo publicado na revista Science Advances. Desde 1990 seriam em torno de US$ 16 trilhões à economia global.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
A soma surgiu com o que se calcula de impactos financeiros das ondas de calor na infraestrutura, agropecuária, saúde humana e outras áreas.
Entre as principais descobertas está a de que as regiões mais ricas, como países da Europa e América do Norte, sofreram uma perda média de 1,5% do PIB per capita por ano. Enquanto isso, países mais pobres, como índia e Indonésia, tiveram 6,7% de perda no PIB anual.
Além disso, o hemisfério norte costuma ser mais quente e mais vulnerável economicamente. A constatação demonstra indícios de injustiça climática.
"Países de baixa renda foram solicitados a se desenvolverem e se industrializarem em uma economia global que os desfavoreça estrategicamente. E eles estão fazendo isso enquanto também são atingidos pelos impactos do aquecimento global que foi gerado pelo norte global. É uma espécie de golpe duplo", explicou ao The Guardian o autor do estudo, o professor de geografia da Dartmouth College, Justin Mankin.
Ele examinou os cinco dias mais quentes dos anos entre 1992 e 2013 e os relacionou a dados econômicos nacionais. A métrica é considerada mais exata porque considera situações locais.
Leia também