Em 4ª feira agitada, Câmara votará urgência em novas regras fiscais
Além da proposta para substituir teto de gastos, três CPIs devem ser instaladas: MST, Apostas e Americanas
Esta 4ª feira (17.mai) deverá ser agitada na Câmara dos Deputados. Após meses de negociações, parlamentares votarão a urgência para a nova regra fiscal - o arcabouço. A expectativa da base governista é de aprovação com folga da aceleração da proposta. O relatório final, ainda sendo costurado, está previsto para entrar em votação na próxima semana, no dia 24 de maio.
Na véspera da primeira votação, representantes do governo demonstraram boa expectativa de apoio na Casa. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse contar com votos para aprovar o arcabouço: "MDB vai apoiar em peso". Enquanto o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), garantiu a adesão integral do PT, e compartilhou que as negociações são voltadas para que a proposta não passe por mudanças.
"Não tem ruído. Não é para ter destaque nem ter nada, comuniquei a toda base hoje", declarou na 3ª feira. Guimarães também disse que o esforço de deputados fez com que a adesão ao projeto de novas regras fiscais se tornasse unânime entre partidos. "Acompanhei a reunião do PSD, e em várias bancadas, é 100%. Acho que vamos ter uma votação recorde, talvez igual a PEC da Transição", afirmou.
Ao longo da semana, Guimarães também disse que todos os partidos, com exceção do PL de Jair Bolsonaro, se colocaram favoráveis à medida. Nos bastidores, a expectativa é que o próprio Partido Liberal não forme uma posição definida contra a proposta, e deixe a bancada livre para decidir como preferir a respeito do tema.
CPIs
Paralelo à urgência da regra fiscal, a previsão é de que a Câmara instale três Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) nesta 4ª feira: a do MST, que vai apurar as invasões do Movimento Sem Terra; a das Apostas, que deve investigar a manipulação de partidas de futebol; e a das Americanas, voltada para os processos relacionados à varejista.
Ida de ministros
Três ministros de Lula também vão comparecer à Câmara nesta 4ª. O titular da Fazenda, Fernando Haddad, vai discutir nesta manhã a política econômica do governo federal, a convite das comissões de Desenvolvimento Econômico; de Finanças e Tributação; e de Fiscalização Financeira e Controle.
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e os Comandantes das Forças, também vão à Câmara pela manhã para falar sobre as prioridades da defesa do país, a convite da a convite da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional. Enquanto o ministro da Justiça, Flávio Dino, vai falar sobre a regulamentação da internet na Comissão de Comunicação, durante a tarde.
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