Torcedor do São Paulo que morreu nos arredores do estádio do Morumbi foi atingido por bean bag

A Polícia Civil de São Paulo confirmou que uma munição do tipo "bean bag" atingiu a cabeça do torcedor são-paulino Rafael Garcia, de 32 anos. Ele foi socorrido mas morreu no hospital. Rafael foi atingido durante confronto entre torcedores do São Paulo e policiais militares após a conquista do título da Copa do Brasil, no domingo (24.set) nos arredores do estádio do Morumbi, onde pelo menos 3 dessas munições foram encontradas.

Policiais investigam o caso como homicídio, e querem saber quem atirou e de onde partiu o disparo. Os investigadores do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP)  conseguiram novas imagens do dia da confusão. Uma reconstituição digital foi feita em ruas do entorno do estádio para entender a dinâmica do crime. A polícia quer saber também se Rafael Garcia foi  atingido por alguma outra munição além da bean bag.

A família de Rafael deve ser ouvida na próxima segunda-feira. O rapaz era surdo e os investigadores querem saber se ele teria ficado no meio do confronto sem chance de defesa. Testemunhas e policiais militares que participaram da ação também devem ser chamados para prestar depoimento.

As bean bags estão sendo utilizadas pela Polícia Militar de São Paulo em substituição às balas de borracha. Polícias de outros países também têm usado a munição e há registros de morte, como na Austrália, onde uma mulher de 47 anos foi atingida por uma bean bag em uma ação policial. Krista Kach, morreu depois que munição não letal penetrou o corpo dela e atingiu o coração.

Em São Paulo, pelo protocolo da PM, os disparos com bean bags devem ser feitos a uma distância mínima de seis metros. É considerada pela polícia como menos letal e com menor risco de provocar ferimentos graves.

As bean bags são pequenas esferas que ficam dentro de saquinhos. O material é inserido em cartuchos para serem disparados por escopetas calibre 12.