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Mensagens mostram que PMs matavam traficantes que não pagavam propina

Investigações mostram que crimes eram cometidos por agentes de três batalhões

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Agentes em operação (Reprodução/SBT Brasil)
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O SBT teve acesso a trocas de mensagens que revelaram atos criminosos entre policiais militares do Rio de Janeiro. O material faz parte de uma investigação do Ministério Público e mostra que os PMs sequestravam, torturavam e até matavam traficantes que não pagavam propina.

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As investigações mostram que os crimes eram cometidos por agentes de três batalhões da Baixada Fluminense. Em uma mensagem de áudio enviada pelo sargento Oly Biage ao também sargento Adelmo Guerini, ele fala sobre o lucro em operações em uma comunidade de São João de Meriti.

"Outra favela boa que você vai gostar: favela da linha, mané", pontua na gravação. Em outro momento, afirma: "A gente falava que lá era o shopping, mané! Quando queria fazer um saque rápido, ia lá". Já em uma troca de mensagens de texto, Adelmo cita a morte de um traficante, em outra comunidade, e uma quantia de R$ 2,7 mil, que, segundo os promotores, foi desviada, já que o dinheiro não foi apresentado na delegacia.

Os dois sargentos fazem parte de um grupo de 13 policiais militares que foram denunciados pelo Ministério Público por organização criminosa e corrupção. Em um dos casos, os PMs envolvidos no esquema exigiram R$ 1 milhão para não prender o chefe do tráfico de uma comunidade na zona sul carioca.

Em um vídeo, um suspeito é torturado pelos agentes dentro de um carro. "Sardinha, me ajuda. Está me batendo aqui, Sardinha. Socorro", fala o homem. Segundo a investigação, Sardinha é sargento Denilson de Araújo Sardinha. Em maio, nove policiais militares suspeitos foram presos. Um dos alvos da operação foi a casa do tenente-coronel André Araújo de Oliveira, onde os agentes fizeram buscas.

Ele era comandante de um batalhão e foi afastado das funções. De acordo com a Promotoria, André é citado em uma conversa entre os PMs e autorizou as mortes de criminosos. A Secretaria de Polícia Militar informou que procedimentos administrativos disciplinares irão verificar a permanência ou exclusão dos policiais. A reportagem não conseguiu contato com as defesas dos PMs citados.

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