Locadora de veículos encerra atividades e leva dinheiro dos clientes
Vítimas alugavam os automóveis com a promessa de receber o valor investido ao final do contrato

SBT Brasil
A Polícia de São Paulo busca o dono de uma locadora de automóveis que encerrou as atividades, desaparecendo com o dinheiro dos clientes. As vítimas alugavam os veículos com a promessa de receber o valor investido ao final do contrato. Para a polícia, o negócio era um golpe.
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Geraldino Ferreira da Silva é uma das vítimas. O motorista de transporte urbano gastou todas as economias no aluguel três carros, pelo período de 15 meses. No entanto, foi obrigado a entregar os veículos na delegacia. "O prejuízo foi de R$ 105 mil. Não sei o que vou fazer. Você trabalha, batalha, é um cidadão de bem e no fim do contrato leva um 'bote' desse", afirmou à equipe do SBT.
O "bote", segundo Geraldino, é o grupo RT&T, responsável por criar um tipo de locação de veículo que parece um grande negócio. Segundo a polícia, o golpe é uma espécie de pirâmide financeira, mas com aluguel de carros. A pessoa que queria alugar veículo pagava à vista 50% do valor do automóvel para um contrato de locação que tinha validade de 15 meses. O IPVA, bem como o licenciamento, ficavam por conta da empresa falsa. Ao final do prazo, a pessoa devolveria o carro para, então, receber de volta 100% do valor desembolsado.
A RT&T não era a proprietária dos carros. A empresa sublocava a frota que alugava nas principais locadoras do país como, por exemplo, a Localiza, Unidas e Movida. Algumas pessoas chegaram a receber o dinheiro de volta, mas foi uma pequena parte. Já a RT&T parou de pagar pelo aluguel dos veículos. As locadoras, então, procuraram a polícia e deram a queixa que os carros tinham sido furtados. Os clientes lesados começaram a ser perseguidos nas ruas e pela polícia.
O golpe, por sua vez, teve início na cidade de Hortolândia, no interior de São Paulo, e se espalhou por outros municípios. O microempresário Cláudio Tavares foi outro alvo dos golpistas. "Ficamos sem o carro e dinheiro. Aquilo fica te martelando o tempo inteiro - "como é que você foi fazer um negócio desse?", questionou.
Quando a pirâmide foi descoberta, o dono da RT&T, Claudio Roberto da Costa Reis, desapareceu, deixando para trás o escritório, depredado, e um hortifruti na qual também era proprietário. Antes de sumir, ele divulgou um vídeo nas redes sociais. "Tive que me afastar da empresa por conta de algumas ameaças, inclusive de morte. Gostaria de estar trabalhando para resolver o mais breve possível o que tenho que resolver", disse na publicação.
Para a polícia, as vítimas do golpe dificilmente vão recuperar o dinheiro que gastaram no aluguel dos carros. A orientação é que elas entreguem os automóveis, o mais rápido possível, para a Polícia Civil.