Monarco e velha guarda das escolas de samba são vacinados no Rio
Evento simbólico ocorreu na Marquês de Sapucaí, local dos desfiles do grupo especial
Monarca
Luan Borges
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No lugar dos carros alegóricos, a Marquês de Sapucaí recebe, em pleno sábado de carnaval, carros de passeio. Em vez de plumas e paetês, têm agulhas e seringas. Os destaques não são o mestre-sala e a porta-bandeira, mas sim enfermeiras e auxiliares de enfermagem que aplicam o imunizante contra a covid-19.
A Marquês de Sapucaí, a tradicional passarela do samba inaugurada por Darcy Ribeiro e Leonel Brizola em 1984, é um dos nove postos drive-thru que atendem idosos que perderam a data de imunização na última semana. O cantor e compositor Monarco, de 87 anos, e baluarte da Portela, foi um dos vacinados neste sábado (13.fev). "Tô muito feliz, muito esperançoso de que no próximo Carnaval o povo vai às forras", disse o sambista.
Integrantes da velha guarda de várias escolas também receberam a primeira dose na passarela do samba. Uma delas foi Lizette José dos Prazeres, integrante da velha guarda do Império Serrano. A escola de Madureira, na zona norte do Rio, não está na elite do carnaval carioca. No último carnaval, a escola ficou em 9º lugar da Série A, uma espécie de segunda divisão dos desfiles.
Outra imunizada foi Marcília Lopes, com 56 anos de Portela, que fez questão de pisar no chão da Marquês de Sapucaí para ser vacinada. "Depois da pandemia, vou pra minha Portela. Minha nota para essa vacina é 1000".
O amor ao samba garantiu que, mesmo sem desfile, os grandes nomes do carnaval carioca pisassem na avenida mesmo sem desfile. Pela regra, a velha guarda não recebe nota dos jurados, mas nesse carnaval merecem nota 10.