Jovens que dormem tarde tendem a beber e fumar, aponta estudo
O hábito está relacionado à impulsividade e pode ter como consequência um maior risco de desenvolver problemas de saúde mental e o abuso de substâncias.

SBT Jornalismo
Jovens que preferem ficar acordados até tarde são mais impulsivos do que seus colegas que optam por dormir mais cedo, o que os torna mais propensos a beber álcool e fumar. É o que relata um novo estudo da revista Chronobiology International, publicado na última terça-feira (15).
No primeiro estudo desse tipo, pesquisadores da Universidade de Brunel London e da Universidade de Surrey, na Inglaterra, investigaram como os jovens que preferem ficar acordados até tarde se relacionam com a impulsividade, ansiedade e uso de substâncias.
De acordo com os pesquisadores, os jovens que geralmente preferem ficar acordados até tarde, são mais propensos a apresentar maior risco de problemas de saúde mental e uso problemático de substâncias.
Para entender melhor o porquê disso, os pesquisadores recrutaram 191 participantes com idades entre 18 e 25 anos. Eles foram questionados sobre suas preferências de sono, qualidade do sono, níveis de ansiedade, impulsividade e questionados sobre quantos cigarros fumavam e quanto álcool, café e outras bebidas com cafeína ingeriam.
Um teste de computador baseado em laboratório também foi usado para testar os níveis de impulsividade. Nesse teste, os participantes foram solicitados a indicar quanto tempo estavam dispostos a esperar antes de receber uma recompensa hipotética em dinheiro.
A partir dos resultados, os pesquisadores descobriram que os jovens noturnos eram mais impulsivos, preferindo pequenas recompensas imediatas a maiores recompensas mais tarde. Esses jovens também estavam mais ansiosos e relataram maior uso de álcool, cafeína e cigarro em comparação com os jovens que preferiam ir para a cama mais cedo.
Os pesquisadores acreditam que, ao compreender o que leva os jovens a fumar e beber mais, podemos educá-los de forma mais eficaz sobre os fatores de risco e desenvolver estratégias para combater o uso problemático de substâncias.
"Claramente, este estudo tem implicações para a saúde mental e física de nossa população de estudantes. Pode ser que intervenções simples para melhorar a higiene do sono possam reduzir o uso de substâncias e ansiedade nesses jovens e adultos potencialmente vulneráveis", completou Dr. Ray Norbury, professor sênior de psicologia na Universidade de Brunel London.