Taxa de desmatamento na Amazônia aumenta quase 70% em janeiro
Mais de 130 km² foram devastados no mês, o equivalente a 400 campos de futebol por dia
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Camila Stucaluc
A Amazônia registrou 133 km² de área desmatada em janeiro. O número, medido pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), representa uma alta de 68% em comparação ao mesmo período de 2024, sendo a sexta maior área desmatada da série histórica para o mês. É como se 400 campos de futebol fossem devastados por dia.
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Segundo o levantamento, o estado do Mato Grosso liderou a devastação em janeiro deste ano, concentrando 45% do total detectado. Roraima (23%) e Pará (20%) aparecem em seguida, e juntos, somam 88% da redução de vegetação registrada.
Além do crescimento na área desmatada em toda a Amazônia Legal, houve um aumento na derrubada de árvores em áreas protegidas. Das 10 Terras Indígenas (TI) mais afetadas, sete estão total ou parcialmente dentro de Roraima.
“A destruição dessas terras impacta diretamente os povos originários, que dependem da floresta para sua sobrevivência, além de comprometer a manutenção da biodiversidade de fauna e flora e a regulação climática. É preciso ações para atuar nos locais apontados como mais críticos”, disse a pesquisadora do Imazon Larissa Amorim.
Degradação florestal em janeiro é a terceira maior desde 2009
Em meio ao aumento do desmatamento, a degradação florestal – caracterizada pela derrubada parcial da vegetação devido às queimadas e extração de madeira – atingiu 355 km² no primeiro mês do ano de 2025. A área ainda é 21 vezes superior à impactada no mesmo período do ano passado, quando 16 km² foram acometidos.
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O dado é o terceiro maior da série histórica para o mês, ficando atrás apenas de janeiro de 2015 (389 km²) e de 2011 (376 km²). Os estados amazônicos que tiveram maior ocorrência da atividade foram Pará (46%), com 116 km² degradados, e Maranhão (40%), com 144 km². Juntos eles concentraram 86% das áreas com a prática.