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Número de motos cresce no Brasil e mortes de motociclistas batem recorde

País registra mais de 13 mil mortes em acidentes com motos em um ano, com alta de 5,6% no total de vítimas fatais

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Número de motos cresce no Brasil | Reprodução
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O número de motocicletas circulando nas cidades brasileiras cresceu 10% neste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Só nos seis primeiros meses deste ano, foram emplacadas mais de um milhão de novas motocicletas no Brasil, segundo a Abraciclo (1.029.546 unidades).

Junto com o aumento da frota houve crescimento também do número de mortes envolvendo motociclistas. A alta foi de 5,6%, o maior índice de toda a série histórica, segundo o DataSUS.

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Escapar dos congestionamentos e chegar mais rápido ao destino é o que muitos motociclistas procuram, especialmente nas grandes cidades. Há duas semanas, um motoboy de 22 anos morreu após bater a moto em um caminhão na Grande São Paulo. “Ele sabia que era perigoso, todo mundo dava conselho pra ele e tal, mas ele achava que era mais melhor pra ele”, contou o irmão, Mateus Quaresma.

De acordo com dados do DataSUS, em um ano, 13.500 pessoas morreram em acidentes de moto no país. O número representa 40% do total de óbitos no trânsito.

Para a diretora do Departamento de Desenvolvimento Urbano Regional do IESP, Maria da Penha Pereira Nobre, a responsabilidade no trânsito precisa ser retomada. “O uso da moto, como de qualquer outro veículo, inclusive a pé ou de bicicleta, é um exercício de cidadania. Pra você ser um usuário da via, tem que respeitar as regras, as leis e os outros que dividem os mesmos espaços. A gente tem que voltar a discutir o valor da vida, que está meio perdido nesse contexto”, afirmou.

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Impacto na saúde e na economia

Em São Paulo, o número de mortes de motociclistas aumentou 20% no ano passado, segundo o governo do estado. A cada dois minutos, uma vítima de acidente de trânsito dá entrada em um hospital. Desse total, 70% são pessoas que circulavam sobre duas rodas. A estatística preocupa e gera impacto direto no sistema público de saúde em todo o país.

Segundo o diretor da Associação Médica do Tráfego, José Heverardo da Costa Montau, os acidentes têm impacto significativo na economia. “Se você fizer a conta de 3% de 11,7 trilhões, que é o PIB brasileiro hoje, você vai de 3% a 5%. Você tem de 350 a 600 bilhões que você gastaria a cada ano com sinistros de trânsito. É interessante que a gente não consiga convencer com esses dados as autoridades de trânsito sobre a necessidade de investir na redução dessa questão, principalmente quando vemos as manchetes dominadas pela questão do déficit fiscal”, explicou.

Devido aos riscos, a atividade de mototáxi foi proibida em São Paulo por um decreto da prefeitura, amparado também por uma decisão da Justiça.

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