Número de médicos no Brasil cresce, mas desigualdade na distribuição persiste
Mais da metade dos profissionais está em capitais do país; região norte tem média bem abaixo da nacional
Mayra Leal
O Brasil tem hoje uma média de pouco mais de três médicos para cada mil habitantes, superando até países como os Estados Unidos. No entanto, segundo um levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), a desigualdade na distribuição desses profissionais continua sendo um problema grave.
O número de médicos quase dobrou desde 2010, impulsionado pelo aumento de cursos de medicina. Apesar desse crescimento, mais da metade dos profissionais está concentrada nas capitais.
Em estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal, a quantidade de médicos por mil habitantes está acima da média nacional; no DF o número chega a ultrapassar seis. Por outro lado, estados como Amazonas, Pará, Amapá e Maranhão possuem índices bem abaixo, neste último a média a cada mil habitantes é de apenas 1,3.
A disparidade regional também é expressiva. Enquanto o sudeste tem a maior proporção de médicos, com 3,76 para cada mil habitantes, o norte apresenta apenas 1,73.
Para mudar essa realidade, Estevam Rivello, diretor de Comunicação do CFM destaca a importância de políticas públicas eficazes: “Agora é uma questão de gestão para garantir que os profissionais estejam presentes em todos os municípios, reduzindo as filas nos serviços de saúde.”