Justiça de São Paulo condena seis sequestradores de Marcelinho Carioca
Ex-jogador e amiga foram sequestrados na zona leste da capital paulista, em dezembro do ano passado, após um show de pagode

Antonio Souza
A Justiça de São Paulo condenou, nesta terça-feira (24), seis dos sete réus acusados de envolvimento no sequestro do ex-jogador de futebol Marcelinho Carioca e de sua amiga Taís Alcântara de Oliveira. O crime ocorreu na zona leste da capital paulista, em dezembro do ano passado.
Marcelinho Carioca e Taís foram mantidos em cativeiro e obrigados a entregar dinheiro aos criminosos, além de terem sofrido agressões durante o sequestro. O grupo, composto por sete pessoas, foi denunciado pelo Ministério Público pelos crimes de associação criminosa, receptação, roubo, extorsão mediante sequestro e lavagem de dinheiro.
O julgamento dos réus começou no início de agosto, e a condenação de seis deles foi confirmada nesta semana. Um dos acusados, Matheus Cândido da Costa, teve seu processo desmembrado do principal e, por isso, sua sentença ainda não foi definida.
Os seis condenados de envolvimento no crime são:
- Wadson Fernandes Santos - 24 anos e quatro meses (associação criminosa, extorsão mediante sequestro, estelionato e lavagem de dinheiro)
- Thauannata Lopes dos Santos - 21 anos e quatro meses (associação criminosa, extorsão mediante sequestro)
- Eliane Lopes de Amorim - 24 anos e quatro meses (associação criminosa, extorsão mediante sequestro, estelionato e lavagem de dinheiro)
- Jones Santos Ferreira - 24 anos e quatro meses (associação criminosa, roubo, extorsão mediante sequestro)
- Camily Novais da Silva - 21 anos e quatro meses (associação criminosa, extorsão mediante sequestro)
- Caio Pereira da Silva - 28 anos, e cinco meses e 10 dias (associação criminosa, roubo, extorsão mediante sequestro)
Relembre o sequestro de Marcelinho Carioca
Como o sequestro aconteceu?
Marcelinho disse, em entrevista coletiva, que foi sequestrado quando estava na porta da casa de uma amiga, Taís Alcântara de Oliveira, em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo. Ele teria sido abordado por três homens, que deram uma coronhada em sua cabeça e o colocaram dentro de um carro.
"Chegaram três indivíduos e me abordaram, e aí tomei essa coronhada na minha cabeça e depois não vi mais nada. Entrei no carro e já colocaram o capuz e não vi mais nada", contou.
Por que o ex-jogador estava em Itaquaquecetuba?
Marcelinho Carioca disse que tinha saído de um show de pagode, na madrugada do dia 17 de dezembro, na Neo Química Arena, em Itaquera, zona leste de São Paulo.
De lá, ele foi até a cidade de Itaquaquecetuba entregar ingressos para uma amiga, Taís, para a apresentação do mesmo show que aconteceria no dia seguinte. Foi na porta da casa dela que o sequestro foi anunciado.
Quem é Taís?
A amiga de Marcelinho, Taís, aparece com ele em um vídeo gravado dentro do cativeiro e que viralizou nas redes sociais.
No vídeo, o ex-jogador diz que se relacionou com Taís, que seria casada, e que o marido dela o sequestrou. "Eu estava em um show em Itaquera, curtindo um samba, e eu saí com uma mulher que é casada, fui saber depois, e o marido dela pegou, me sequestrou, me levou e esse foi o B.O", diz. A amiga também aparece nas imagens, confirmando a versão contada por Marcelinho.

Mas, depois de libertado, o ídolo do Corinthians afirmou que foi coagido e obrigado, com uma arma na cabeça, a contar essa história.
"Se você está com um revólver apontado para a sua cabeça e você é coagido a fazer um vídeo daquele, não tem como. Você vai pensar na sua vida. Eu fui obrigado a fazer aquele vídeo", disse em suas redes sociais.
Onde o carro de Marcelinho foi encontrado?
Na manhã do dia 18, o carro do ex-jogador, uma Mercedes, foi encontrado abandonado em uma rua de Itaquaquecetuba.
Segundo a prefeitura da cidade, o veículo teria sido visto circulando, durante a madrugada, em Cidades Tiradentes, bairro da zona leste de São Paulo.
O endereço em que o carro foi encontrado ficava a 400m de distância do cativeiro em que Marcelinho era mantido.
Como aconteceu o resgate do ex-jogador?
Após uma denúncia anônima, o ex-jogador foi encontrado por policiais militares no início da tarde de segunda, em uma casa na Rua Ferraz de Vasconcelos, 1.412, em Itaquaquecetuba. O cativeiro funcionava nos fundos do imóvel.

Marcelinho e sua amiga, Taís, foram encontrados após um dia e meio de sequestro. Eles foram levados para um hospital, onde receberam atendimento médico, e depois encaminhados para a Delegacia de Itaquaquecetuba. De lá, os dois foram para a base da Divisão Antissequestro (DAS), no centro de São Paulo, que comandou a investigação.