Ensino técnico: empresários brasileiros apostam nesta modalidade
Ingresso mais rápido no mercado de trabalho e formação alinhada às necessidades do setor produtivo
O ensino técnico, frequentado por jovens brasileiros, é a modalidade que precisa receber atenção do governo. Este é o olhar de empresário entrevistados, em pesquisa recente realizada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e Serviço Social da Indústria. Ao todo, foram ouvidos 1001 empresários industriais - de pequeno, médio e grande porte. Estes foram os principais destaques das análises:
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- 1/3 coloca o ensino técnico como o ponto mais forte na educação pública no Brasil, na frente do ensino superior (23%),
- ensino fundamental (12%), especialização/pós-graduação (10%), ensino médio (10%),
- alfabetização e creches (6% cada);
- 9 em cada 10 concordam que os cursos técnicos permitem ingresso mais rápido no mercado de trabalho;
- 1 a cada 3 empresários acreditam que a desinteresse pessoal é o principal obstáculo para os jovens cursarem o ensino técnico;
- 21% afirmam que o ensino técnico deve ser a prioridade na agenda educacional do governo;
- 83% acreditam que a responsabilidade pela formação dos trabalhadores é do estado junto à iniciativa;
- privada;
- 75% concordam que os cursos técnicos são mais ligados às necessidades do mercado do que os de ensino superior.
"O Brasil e os empresários brasileiros têm um grande desafio, a baixa produtividade, que ganha camadas de complexidade se somarmos alguns fatores que caracterizam o nosso mercado de trabalho: a transição demográfica, com menos jovens compondo a força de trabalho, as altas taxas de desemprego desse grupo, o baixo nível de qualificação profissional e a digitalização, que demanda novos conhecimentos", avalia o diretor do SESI e do SENAI Rafael Lucchesi.
O olhar do empresariado
Para os empresários, os pontos positivos da formação técnica são:
- preparar melhor para o mercado de trabalho (45%);
- cursos mais focados (28%);
- cursos mais práticos (22%);
- boa aceitação no mercado de trabalho (18%);
- ter mais conhecimento/habilidades (17);
- começo na carreira profissional (16%).
Ainda, 9 em cada 10 concordam que os cursos técnicos permitem ingresso mais rápido no mercado de trabalho e que é mais fácil conseguir um emprego com formação profissional. Para 85%, os cursos técnicos permitem concorrer a uma oferta maior de vagas de emprego. Na comparação com o ensino superior, para 63% o curso técnico dá grande vantagem para se conseguir o primeiro emprego; e, para 75%, são cursos mais ligados às necessidades do mercado
Mais velocidade para a educação de ensino técnico
Para os entrevistados, acelerar e incentivar o ensino técnico é urgente. No Brasil, apenas 9% dos alunos do ensino médio fazem um curso técnico ou de qualificação. Na União Europeia, esse percentual é de 43%; no Chile, 29%; e, Colômbia, 24%.
"A última etapa do ensino obrigatório virou uma rua sem saída para milhares de estudantes. A baixa qualificação nessa fase tão determinante para a trajetória profissional tem reflexos na inserção e permanência no mercado de trabalho, ou seja, não só na identidade social e na renda desse jovem, como também na produtividade das empresas", conclui Lucchesi.