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Torres e G. Dias são líderes de pedidos de convocação na CPMI do 8/1

Oposição e base do governo Lula vão digladiar em comissão dos atos golpistas, que tem reunião estratégica nesta 3ª feira

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O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro, Anderson Torres, e o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Lula, general Gonçalves Dias, eram os campeões entre os alvos de pedidos de convocação para prestar depoimentos na CPMI dos Atos Golpistas do 8/01, até este domingo (4.jun). Um retrato do ringue que será montado nos trabalhos da comissão entre parlamentares da oposição e da base de sustentação do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).   

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Instalada em 25 de maio, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) vai investigar os atos golpistas que resultaram nas invasões e depredações dos prédios sede do Executivo, Legislativo e Judiciário, em Brasília. Nesta 3ª feira (6.jun), a comissão tem sua primeira reunião efetiva de trabalhos, após a composição da mesa na reunião inaugural.

São 797 requerimentos de convocações, quebras de sigilos (bancários, telefônicos e fiscais), acesso a dados e documentos, transferências de processos e provas, entre outros, que apresentados até este domingo e que precisam ser analisados e votados pelos membros da CPMI.

Anderson Torres, ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL) e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (DF) no dia 8 de janeiro, tem 14 requerimentos na fila - tanto da oposição, como da situação. G. Dias, segurança de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde os primeiros mandatos, tem 12 pedidos de convocação.

Ambos são investigados nos inquéritos abertos no Supremo Tribunal Federal (STF), pelo ministro Alexandre de Moraes, por suposta omissão nos atos de invasão e depredação em 8 de janeiro. 

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General Augusto Heleno, na CPI da Câmara Legislativa do DF | Rinaldo Morelli / Agência CLDF

Outro que encabeça a lista dos que mais têm pedidos de convocação apresentados é o ex-ajudante de ordem da Presidência, de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Barbosa Cid. Preso desde o dia 3 de maio, alvo de investigação da Polícia Federal (PF) por supostas fraudes nos registros de vacinação contra covid-19, ele tinha 11 pedidos para serem analisados.

GSI na mira

O ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno tem oito requerimentos para ser convocado. Na 5ª feira (1.jun), ele prestou depoimento na CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Heleno negou a existência de um golpe planejado ou gestado no Planalto, inocentou Bolsonaro e a si mesmo, de eventuais envolvimento nos crimes do 8/01 e desqualificou as imputações de desvios nos acampamentos na frentes do quarteis do Exército, montados em todo país, após a derrota para Lula.

O GSI e sua atuação, tanto no governo Bolsonaro, como com Lula, estão na mira das investigações. Diversos requerimentos pedem acesso a relatórios, imagens, dados e documentos. Tanto Heleno como G. Dias estão no foco dos parlamentares.

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Convocação: chefe da PF, Andrei Rodrigues, e ministro da Justiça, Flávio Dino. | MJSP

Reuniao

A relatora da comissão, Eliziane Gama (PSD-MA), e o presidente, Arthur Maia (União-BA), vão apresentar oficialmente o plano de trabalho para análise dos parlamentares. São 16 senadores e 16 deputados que integram a CPMI do 8/01.

Antes mesmo do início, a comissão vive um cabo de guerra entre a oposição e os membros aliados do governo Lula.

Pelo lado de quem apoia Lula, o movimento é para focar os trabalhos na busca dos financiadores e mentores dos atos considerados golpistas do dia 8 de janeiro, quando as sedes do Três Poderes, em Brasília, foram invadidas e depredadas e saqueadas, como os atentados contra a sede da PF, em 12 de dezembro e no aeroporto, com a bomba. 

O movimento da oposição, alinhada a Bolsonaro, quer focar nos presos no acampamento e no dia 8, e em supostos infiltrados ligados ao PT. Um dos pedidos polêmicos é  acesso ao sigilo tenefônico do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino - que também é alvo de pedido de convocação para depor. 

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Homem preso por quebrar relógio deve ser convocado | Reprodução

A mesa tenta um acordo para definir prioridades nas análise e votação dos pedidos de convocação e quebras de sigilo. São pedidos de depoimento do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues (6 pedidos), do diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Luiz Fernando Corrêa, do blogueiro bolsonarista Allan do Santos (6 pedidos), do coronel Jorge Eduardo Naime (8 pedidos), da PM-DF, e de Bolsonaro.

Há também requerimentos que pedem convocação dos presos no 8/01, entre eles, cinco para ouvir Antônio Cláudio Alves, que apareceu nas imagens de video do Planalto quebrando o relógio histórico ganho por Dom João VI. 

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