7 de Setembro: Bolsonaro se divide entre evento cívico e de campanha
Presidente testa popularidade em evento oficial dos 200 anos da Independência
A Esplanada dos Ministérios, em Brasília, volta a ser palco do desfile de 7 de Setembro, após dois anos sem evento em razão da pandemia de covid-19. Além da retomada, a celebração neste ano marca o bicentenário da Independência do Brasil, proclamada em 1822. Em meio a todo esse cenário cívico, o presidente Jair Bolsonaro (PL) participará da solenidade, dividido entre suas funções como chefe do Executivo e como candidato à reeleição.
Nos últimos três anos, o 7 de Setembro consolidou-se como o ápice das manifestações a favor do presidente. Algumas delas com teor antidemocrático, por vezes com o aval do próprio Bolsonaro. No ano passado, por exemplo, ele atacou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Neste ano, o presidente tem dado sinais trocados. Ao mesmo tempo em que divulga vídeos pedindo um ato "da paz" ? atendendo a aliados que defendem um tom moderado em nome das eleições ?, Bolsonaro não deseja se afastar da retórica que o conecta à base mais fiel, considerada motor de sua militância.
Atos políticos
Depois da cerimônia de hasteamento da bandeira no Palácio da Alvorada e do desfile cívico, Bolsonaro deve participar de um ato político na mesma Esplanada dos Ministérios. À tarde, viaja para o Rio de Janeiro ? diferentemente do ano passado, quando foi a São Paulo.
Na capital fluminense, acompanha uma motociata com apoiadores e deve fazer discurso em cima de um trio contratado pelo pastor Silas Malafaia, em outro ato político na praia de Copacabana. Por lá, a aposta é no "Bolsonaro-raiz" ? atendendo a aliados da ala mais ideológica ?, com um tom duro contra o STF e Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para manter a militância mobilizada nas três semanas que restam até o primeiro turno do pleito.