Publicidade
Brasil

Dom e Bruno teriam sido ameaçados um dia antes de desaparecerem, diz testemunha

Equipe de jornalismo do SBT reconstituiu trajeto do jornalista inglês e do indigenista

Imagem da noticia Dom e Bruno teriam sido ameaçados um dia antes de desaparecerem, diz testemunha
comunidade vale do javari
• Atualizado em
Publicidade

A equipe de jornalismo do SBT reconstituiu o trajeto que o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips precorreram antes de desaparecerem no início do mês de junho. As buscas pelos dois continuaram, nesta 2ª feira (13.jun), pelo 9º dia consecutivo, na região do Vale do Javari, no Amazonas.

Em busca de histórias para o seu novo livro sobre os povos indígenas e ribeirinhos da Amazônia, Dom visitou algumas comunidades às margens do Rio Itaquaí, acompanhado de Bruno, agente licenciado da Funai há mais de 10 anos.

A dupla dormiu duas noites em uma casa da região e, na manhã do domingo do dia 05, por volta das 05 horas da manhça, seguiram em direção à comunidade de São Rafael. Foi então que a viagem começou a ficar tensa.

+ PF nega que corpos de indigenista e jornalista tenham sido encontrados

Um dia antes do desaparecimento, enquanto os dois estavam hospedados em um sítio às margens do Rio Itaquaí, onde a base de vigilância da União Indígena do Vale do Javari estava atracada, o indigenista e o jornalista teriam sido ameaçados de morte.

Segundo testemunhas, Amarildo Oliveira, o único suspeito preso até o momento, e outro dois homens, passaram de barco e mostraram armas para o grupo que estava no sítio, como forma de alerta. O jornalista teria fotografado a cena.

Salomão Maiuruna, que é vigilante da Unijava, estava com eles. "Para quem ele levantou a arma? Para nós. Bruno estava na casa, dentro, depois que sentou na porta para ver, Bruno sentado. [O jornalista fotografou tudo isso?] Tirou foto, filmou tudo, jornalista, Dom, aí", relata o vigilante.

+ Leia as últimas notícias no portal SBT News

Mesmo com a ameaça, no início da manhã de domingo, os dois seguiram viagem. Bruno e Dom pararam na equipe de São Rafael porque tinham um encontro marcado com o líder dos moradores, Manoel da Costa, conhecido como "Churrasco", mas, quando chegaram, ele não estava em casa. Os dois conversaram brevemente com a mulher dele e, depois, com outro morador chamado Jânio. Em seguida, embarcaram rumo a Atalaia do Norte, onde nunca chegaram.

Bruno não chegou a dizer qual seria o assunto do encontro. "Isso ai a gente não sabe. Ele só mandou dizer que ia conversar com papai para fazer uma reunião aqui na comunidade", conta a filha de Churrasco.

O local onde a dupla foi vista pela última vez fica logo depois da comunidade São Gabriel, onde Amarildo Oliveira tem uma casa. Testemunhas afirmam que o suspeito teria seguido o barco de Bruno Pereira e Dom Phillips, logo depois que a dupla passou.

Hoje, na comunidade, estão apenas uma professora e parentes do suspeito. O irmão nega a participação de Amarildo no sumiço. "No domingo, ninguém trabalha, ele não saiu daqui. A maioria das coisas que estão falando é mentira mesmo, e ele vai provar", diz Eliclei da Costa. Amarildo foi preso em flagrante, na semana passada, por transportar drogas e munição em seu barco.

Leia também:

Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade