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Filho de pedreiro e de dona de casa passa em medicina após 8 tentativas

Jovem de 25 anos do interior da Bahia faz agora uma vaquinha online para prosseguir com o sonho

Imagem da noticia Filho de pedreiro e de dona de casa passa em medicina após 8 tentativas
Jovem comemora conquista de vaga no curso de medicina (Reprodução/SBT Brasil)
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Reduzir as distâncias entre os que podem muito e os que podem quase nada é papel dos governos, da sociedade, e pode levar bastante tempo, mas há cidadãos com pressa. É o caso do jovem Matheus Silva, de 25 anos, filho de um predreiro e de uma dona de casa, que está começando a realizar um grande sonho e cuja história pode inspirar muitos outros a não desistirem de lutar por aquilo que desejam.

Matheus queria ser médico, algo que imaginou como sendo grande para sua realidade. Porém, ele decidiu estudar muito, mesmo ainda trabalhando como carregador e entregador de pizza, e finalmente conquistou a vaga para a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB). No total, foram oito tentativas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Quando a biblioteca de Feira de Santana, onde mora -- no interior da Bahia -- fechou, optou por utilizar uma casa emprestada por uma amiga para ter silêncio.

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O local, segundo ele, "não tinha energia, só tinha água, e quente pra caramba, ainda mais no verão". Apesar disso, acrescenta, "estudava de segunda a sábado, das 11h às 18h, alguns dias se prolongava, ligava a lanterna de celular, ficava estudando, fazendo questão, prova". Agora, vai ser médico e se especializar em saúde da família. "Gosto muito da parte de você ter contato com a saúde primária", pontua.

Como precisará morar em outra cidade para dar continuidade à luta pelo objetivo, vem realizando uma vaquinha online, por meio do computador que ganhou recentemente. Em suas palavras, "a pessoa que não tem um sonho é uma pessoa vazia, a gente tem que ter uma sonho em nossa vida para estar estimulando nossos dias".

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As desigulades na educação brasileira são históricas, mas o abismo se agravou no último ano. As crianças pobres, por exemplo, têm o dobro de risco de reprovação no Ensino Fundamental em comparação com as ricas, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Por outro lado, surgiram iniciativas para tentar diminuir o abismo social na área, como um programa de voluntariado do Hospital Israelita Albert Einstein na favela de Paraisópolis, em São Paulo.

São 252 crianças inscritas no serviço, iniciado quando se percebeu o impacto da pandemia no redimento escolar. Educadoras reforçam aquilo que os pequenos não fixaram nas aulas da escola, dadas à distância. Nicolas, um dos contemplados, está no reforço da alfabetização. Segundo a mãe dele, quando as tarefas escolares eram feitas em casa, "não tinha aquele contato com professores, eles só mandavam as lições e a gente realizava, não tinha explicações".

Veja reportagem do SBT Brasil:

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