Exclusivo: Advogado de Adélio Bispo concede entrevista ao SBT Brasil

Em entrevista exclusiva ao SBT Brasil, Zanone Manuel de Oliveira Júnior, advogado de Adélio Bispo, autor do atentado a faca contra Jair Bolsonaro, falou sobre os argumentos de defesa do réu e também a respeito do pagamento de seus honorários.

 

Seis meses após o ocorrido em Juiz de Fora, o Ministério Público apontou contradições e divergências entre o laudo psicológico apresentado pela defesa de Adélio Bispo e um laudo psiquiátrico feito por peritos designados pela Justiça. 

 

O SBT Brasil teve acesso a ambos os documentos e apurou todas as informações. Os dois relatórios indicam que o acusado apresenta problemas mentais.

 

O processo, aberto a pedido da defesa de Adélio para atestar a sanidade mental do réu, corre sob sigilo há quase cinco meses. Aos advogados, Adélio diz ter agido por ordem divina. 

 

A Justiça de Minas Gerais só decidirá pela condenação ou não de Adélio Bispo após a conclusão de todos os exames que atestem sua sanidade mental. Além disso, após encerrados, os laudos ainda passarão pela análise do Juiz responsável pelo caso. 

 

Caso seja provado que Adélio apresenta transtornos mentais, ele poderá ser absolvido do processo, porém, será internado compulsoriamente para tratamento por prazo indeterminado.

 

É este o desfecho que Jair Bolsonaro pretende evitar. Após analisar ambos os laudos psiquiátricos de Adélio, o Presidente foi orientado a questionar os relatórios para que o agressor não fique impune. 

 

Além da ação penal e do processo de sanidade mental, Adélio ainda responde a outros dois inquéritos. O primeiro, sobre o atentado, já concluiu que o acusado agiu sozinho.

 

O segundo deve ser concluído pela Polícia Federal no mês que vem. Nesta ação, também prevalecem as suspeitas de que Adélio agiu sozinho, apesar de uma investigação complementar apurar a ligação de uma facção criminosa com o atentado. 

 

A suspeita da possível ligação com uma facção criminosa e partidos da esquerda ganhou força quando advogados se apresentaram para defender Adélio sem revelar a origem de suas contratações. 

 

Na época, o valor acertado foi de 300 mil reais, porém, de acordo com o entrevistado, Zanone Manuel de Oliveira Júnior, somente 5 mil reais foram pagos. 

 

Em dezembro, o advogado Zanone Manuel teve o sigilo bancário quebrado e endereços ligados a ele foram alvos da polícia federal, em uma tentativa de identificar o seu contratante. Na última semana, a Justiça suspendeu a ação, alegando quebra de sigilo profissional.