Lula na China e o desafio para a relação com EUA
A viagem para Xangai e Pequim é a quarta da comitiva brasileira e vem depois da visita de Lula à Washington
Xangai, China -- O tapete vermelho estendido no histórico hotel Fairmont Peace, em Xangai, foi aspirado repetidas vezes enquanto a banda Old Jazz Band tocava música brasileira. No dia da posse oficial de Dilma à frente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), pão de queijo no café da manhã. Café preto, como em Minas.
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O esforço dos chineses para a boa recepção da comitiva brasileira era visível. O empenho dos brasileiros para as negociações no pais asiático também.
Lula desembarcou em Xangai acompanhado de sete ministros, cinco governadores e vinte e sete deputados e senadores.
O grupo de empresários, cerca de 300, só não estava com os governantes latinos porque a visita oficial agendada há duas semanas teve que ser adiada pela pneumonia inesperada do presidente. Foi uma chegada calorosa para os padrões chineses com expectativa de investimentos lá e aqui.
A retomada do aceno político por parte do Brasil era esperada e é positiva, já que Bolsonaro congelou as relações diplomáticas com o país asiático. A dúvida é como os Estados Unidos podem interpretar a vontade demonstrada pelos brasileiros pelo investimento chinês.
Washington e Pequim vivem há meses uma situação de conflito com acusações de ambos os lados e casos recentes como o balão espião chinês destruído pelos norte-americanos.
Os Estados Unidos também acabaram de proibir a utilização do TikTok nos celulares e tablets dos funcionários públicos por questões de segurança.
Já a gigante de tecnologia chinesa Huawei viveu uma luta judicial de anos com a prisão da executiva Meng Wanzhou no Canadá, por um processo americano que a acusava de ferir um acordo com Washington que proíbe negócios com o Irã. As acusações contra a filha do dono da Huawei foram retiradas em 2021, mas a memória do caso é recente.
+ Após acordo com EUA, executiva da Huawei volta para a China
Na 4ª feira (12.abr) Lula visitou a Huawei em Xangai. Foi recebido pelo CEO da empresa. Um interesse mútuo. Nesta 5ª feira (13.abr), Lula vai a Pequim, onde será recebido por Xi Jinping. O mesmo que na semana passada apertou as mãos de Emmanuel Macron.
Após três anos de política de Covid zero, os chineses parecem correr em busca de alianças para a retomada da economia.
Em Nova York
Há exatamente uma semana o corre-corre foi pelo indiciamento do ex-presidente norte-americano, Donald Trump. Em frente à Corte Criminal no sul de Manhattan, a dúvida para os que cobriam o fato inédito na história americana era como o republicano chegaria ao Tribunal. Trump entrou pela porta da frente e não acenou como fez minutos antes de deixar a Trump Tower.
Correspondentes que cobrem a Casa Branca há um certo tempo e estavam em Nova York relataram que viram nos olhos do ex-presidente um semblante diferente. O ex-líder afirmou ao chegar de volta à Florida que é vítima de uma perseguição politica.
+ SBT BRASIL: Donald Trump afirma ser inocente e ataca promotor do caso
Para a maioria dos nova-iorquinos ouvidos pelo SBT News o indiciamento de Trump pelo caso de 2016 que envolve uma ex-atriz porno é o começo de uma nova fase que significa justiça.
Outros, no entanto, afirmam que a ação movida pela procuradoria de Nova York forçou um indiciamento. A próxima audiência foi marcada para dezembro, mas a defesa de Trump deseja que o caso prossiga em 2024 -- ano em que os comícios das primárias eleitorais já terão tido início.