ONU pede "corredores seguros" para levar ajuda humanitária à Ucrânia
Subsecretário-geral disse que chegada de alimentos e remédios às zonas de conflito é "obrigação" dos dois países
O subsecretário-geral das Nações Unidas (ONU) para Assuntos Humanitários e Coordenação de Operações de Emergência, Martin Griffiths, defendeu, nesta 2ª feira (07.mar), a criação de "corredores seguros" para a chegada de ajuda humanitária às zonas de conflito da Ucrânia. Segundo Griffiths, a ONU teme que comboios de assistência à população sejam alvos de ataques da Rússia.
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"Civis em zonas como Mariupol, Kharkiv, Melitopol e outros locais precisam desesperadamente de ajuda, especialmente suplementos médicos que salvam vidas", declarou o subsecretário-geral em reunião do comitê de Operações de Emergência, em mais um encontro do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Griffiths argumentou ainda que a garantia do fornecimento de ajuda humanitária é obrigação de russos e ucranianos e deve se feita "em conformidade com as obrigações das partes sob as leis de guerra". Para o representante da ONU, essa diretriz inclui ainda o compromisso de "ambas as partes" em "poupar, a todo momento, os civis, as casas de civis e a infraestrutura" das cidades para essa população, durante as operações militares.
Além disso, o subsecretário-geral reforçou que, enquanto durarem as hostilidades, as negociações entre os governos da Rússia e da Ucrânia devem priorizar acordos que permitam "a passagem segura de civis que deixam áreas de conflitos ativos de forma voluntária, naquilo que são as suas escolhas", destacando que a população deve buscar refúgio em países que lhe pareça seguro, e não necessariamente em território russo ou bielorrusso, como planeja o Kremlin.
Para Griffiths, o fornecimento da ajuda humanitária "na escala necessária" aos ucranianos também demanda um fluxo atualizado de informações a respeito da situação das zonas mais afetadas pela guerra. Por isso, enfatizou a urgência de "um sistema de comunicação constante com as partes em conflito e de garantias para permitir a entrega" dos suprimentos.
Durante a sessão, a embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfiel, denunciou ainda a morte de crianças ucranianas nos ataques russos, além do impacto psicológico da invasão nos pequenos. "Também as crianças pequenas ficaram gravemente traumatizadas pela violência e destruição que testemunharam ao ponto de terem parado de falar. As feridas físicas e psicológicas desta guerra vão ser duradouras", observou a diplomata, afirmado ser "claro que Putin tem um plano para brutalizar a Ucrânia".
Uma segunda reunião reunião, desta vez, a portas fechadas, foi realizada na sequência. Atendendo a um pedido apresentado por França e México, os 15 países membros do Conselho de Segurança da ONU discutiu uma proposta de garantia de auxílio à população local e uma possível solução diplomática para os embates entre russos e ucranianos.
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