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Economia

Economia do Brasil deve apresentar menor expansão em 2023, aponta CNI

Dados são do informe trimestral divulgado pela Confederação. Confira outras projeções do relatório.

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Economia do Brasil não deve apresentar crescimento em 2023, aponta CNI
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"A economia brasileira terá uma expansão de 1,2% em 2023, após alta de 2,9% no ano passado"; "a indústria vai crescer apenas 0,1%, ante alta de 1,6% em 2022". Essas são algumas previsões da Confederação Nacional da Indústria (CNI), registradas no Informe Conjuntural ? 1º trimestre de 2023, divulgado nesta 4ª feira (12.abr). 

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O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, explica que "as taxas de juros elevadas vão continuar inibindo a atividade econômica, e por consequência a industrial, ao longo do ano". A previsão da Confederação é de que o Brasil encerre o ano com inflação em 6% e Selic 11,75%.

A expansão de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro será financiada em grande parte pelo consumo das famílias, como ocorreu nos anos anteriores, indica a CNI. 

PIB industrial terá expansão de 0,1% em 2023

De acordo com o informe, a indústria ficará estagnada em 2023, com um crescimento de 0,1%, considerado "pífio pela CNI. A Confederação relata que a "queda da confiança" colocou os investimentos e as contratações em compasso de espera, e que o enfraquecimento de demanda, visível por  juros altos, elevado grau de inadimplência e de endividamento das famílias provoca preocupação no setor.

Segundo informações do relatório, os dados mensais da produção física industrial, que contemplam a indústria de transformação e a extrativa, apontam que o desempenho fraco da atividade industrial deve se manter ao longo do ano. A indústria foi o segundo principal responsável pelo crescimento econômico em 2022, informa o estudo. 

Concessões de crédito 

Segundo o empresariado, o crescimento das concessões de crédito acumulado entre março de 2022 e fevereiro de 2023 foi de 7,9% em termos reais, abaixo do crescimento acumulado dos 10,8% no mesmo período anterior. A tendência, aponta o relatório, é de desaceleração ao longo de 2023.

Até o fim do ano, o ritmo de crescimento deve diminuir fortemente e, em termos reais, deve haver retração de 1,9% das concessões de crédito.  De acordo com o economista da CNI Marcelo Azevedo alguns fatores devem contribuir para que as concessões de crédito às empresas continuem desacelerando em 2023. 

"Menor demanda por crédito, por causa do menor ritmo de crescimento da atividade econômica; taxa de inadimplência alta; aumento de provisões dos bancos e restrição no critério de concessão de crédito, inclusive em razão de eventos adversos de grandes empresas varejistas; e Selic ainda elevada, encarecendo o custo do crédito", explica o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

Setor de serviços 

A previsão de crescimento do PIB do setor de serviços é de 0,9% em 2023, incluindo o comércio. Parte dos avanços ocorridos em 2022 recompuseram perdas sofridas durante a pandemia e, apesar de serem esperadas variações positivas em 2023, elas não devem acontecer na mesma intensidade de 2022. 

Para 2023, de acordo com o informe, é esperada continuidade do avanço dos serviços prestados às famílias, acompanhando a recuperação do mercado de trabalho, em particular do rendimento. 

No comércio, o alto grau de inadimplência e de endividamento das famílias e os efeitos restritivos da política monetária também são grandes desafios, dificilmente superados em 2023. Segundo o gerente de Análise Econômica da CNI, as previsões são de retração do volume de vendas, alinhado ao enfraquecimento da demanda.

Já a massa de rendimento real deverá manter o elevado patamar ao longo de 2023, mas sem os "fortes impulsos" que caracterizaram 2022, como a recuperação das ocupações no pós-pandemia e forte queda da inflação para o rendimento. 

De acordo com informações do relatório, a previsão para o fim de 2023 é de uma massa de rendimento real apresente crescimento de 6,7% em relação 2022, sustentando o consumo das famílias. 

"O elevado percentual de crescimento projetado para 2023 é consequência do baixo nível da massa de rendimento real no primeiro semestre de 2022, afetando a comparação com os valores esperados para 2023 que carregam os efeitos da forte recuperação observada no segundo semestre de 2022", diz Azevedo.

Setor público 

O setor público consolidado ? que engloba governos federal e regionais (estados e municípios) e suas estatais ? deve voltar a ser deficitário em 2023, após apresentar superávits primários em 2021 e 2022.

No lado das receitas do governo federal, o ano de 2023, diferentemente de 2022, não será marcado por arrecadações atípicas relacionadas a exploração de recursos naturais e privatizações, aponta o estudo. O cenário também é afetado pela desaceleração esperada na atividade econômica nos próximos meses.

O aumento das despesas e a queda das receitas devem levar o governo federal a registrar déficit primário de 1,0% do PIB, em 2023, contra superávit de 0,6% do PIB, em 2022.

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