Banco Central revisa cálculo e prevê inflação maior em 2023
Entre os motivos, a chance do retorno dos tributos sobre combustíveis após as eleições
O Brasil aumentou de 29% para 46% a chance de estourar a meta da inflação no próximo ano, conforme cálculo no Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central (BC) divulgado neta 5ª feira (29.set).
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O BC prevê que o índice revele preços em geral 4,6% mais caros do que em 2022. Três meses atrás, se acreditava em 4%. A meta é de 3,25%.
Consta no documento que "especificamente para 2022, destaca-se o efeito das medidas tributárias, que foi o principal fator para a surpresa desinflacionária de -2,37 p.p. no trimestre encerrado em agosto. A elevação das projeções para 2023 resultou principalmente da hipótese de retorno da tributação federal sobre combustíveis".
Além da possível retomada de impostos após as eleições, são considerados o PIB mais forte e a depreciação cambial.
Quando a meta não é cumprida, a legislação prevê que o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, envie uma carta ao ministro da Economia elencando as razões do estouro e quais ações a autoridade monetária tomará para evitar que ocorra novamente.
PIB
Acompanhando as revisões do mercado financeiro, o BC também revisou previsões de crescimento para 2023. De 0,5% para 1%. Entretanto, é menos da metade da projeção feita pelo Ministério da Economia, de 2,5%. É que o relatório pondera com a elevação na taxa básica de juros, que subiu de 2% em março de 2021 para 13,75% este ano, além de uma possível queda na demanda interna por conta da desaceleração da atividade global.
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