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Congresso

Flordelis quadriplicou gastos com redes sociais depois de virar ré por assassinato

Acusada de matar o pastor Anderson do Carmo, a deputada não foi presa por ter imunidade parlamentar. As redes sociais só receberam três postagens neste ano

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Flordelis
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A deputada federal Flordelis (PSD-RJ) aumentou em 333% os gastos com divulgação de atividade parlamentar após virar ré no assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo. Só em 2020, de janeiro a novembro, a congressista gastou R$ 107.560 de dinheiro público para turbinar as redes sociais - R$ 82.757 a mais que o mesmo período em 2019, quando as despesas somaram R$ 24.803.

Acusada de matar o pastor Anderson do Carmo, Flordelis não foi presa por ter imunidade parlamentar. Em agosto deste ano, o deputado Léo Motta (PSL-MG) apresentou uma representação à Mesa da Câmara em que pedia a perda de mandato por quebra de decoro parlamentar. Só em outubro, o colegiado aprovou o encaminhamento do pedido ao Conselho de Ética, que continua fechado desde o início da pandemia da Covid-19.

Um projeto de resolução da Câmara apresentado em setembro propõe a retomada de mais três comissões: Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), Finanças e Tributação (CFT) e Fiscalização Financeira e Controle. Mas o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ainda não o colocou em votação e não há perspectiva para que seja pautado. Enquanto isso, Flordelis segue recebendo salário de deputada e tem direito ao uso da cota parlamentar. 

Apesar das contratações, não há conteúdo sobre o mandato nas redes sociais da congressista. A empresa contratada neste ano foi a G3 Propaganda, cujo sócio-administrador da companhia é Pedro Gerolimich, de acordo com a Receita Federal. Até agosto, Gerolimich era superintendente de Leitura e Conhecimento da Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro.

Deixou o cargo para se candidatar a vereador do Rio de Janeiro, mas não venceu. Conhecido como "Pedro do Livro", ele foi o nome oficial da "Liga", mandato coletivo pelo PSB. Na campanha, ele disse atuar na  militância da área cultura e na democratização da leitura. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Flordelis não fez nenhuma doação ao ex-superintendente.
 

Perfil fantasma


As notas fiscais publicadas pela transparência da Câmara dos Deputados revelam que a empresa alimentaria os perfis "Flordelismk". A página, no entanto, não é a oficial da parlamentar, cujo nome é "flordeliscantora" e reúne 952 mil seguidores. Entre o conteúdo publicado estão "cards" sobre datas comemorativas e vídeos em que Flordelis se defende sobre a acusação do Ministério Público.  

O dinheiro público foi gasto para atualizar a página que se diz "fã clube" da pastora no Instagram, com 222 seguidores e apenas três postagens feitas em 2020: em 14 de outubro, 15 de outubro e 17 de outubro. No Facebook, o perfil está como "blog pessoal" com 234 seguidores com quatro postagens. Nenhuma delas é sobre a deputada. 

Em 2019, Flordelis contratou o serviço de divulgação parlamentar três vezes. Em maio, a nota fiscal é de R$ 900, mas para outra empresa, a Creative Serviços Graficos Eireli, uma empresa de Ceilândia, no Distrito Federal. Em junho e em setembro, foram pagas duas parcelas de R$ 11.951,72 a Factotum & Factotum Assessoria, lotada no Rio de Janeiro. 

Todas as notas fiscais também era referentes ao perfil "flordelismk". No entanto, não consta nenhuma postagem feita no ano passado. A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da deputado, mas até a última atualização desta reportagem, não obteve resposta. 
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