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Brasil

Território Yanomami: militares querem "zerar" presença de garimpeiros ilegais

Exército estima que 90% dos garimpeiros deixaram as terras após operações militares em Roraima

Imagem da noticia Território Yanomami: militares querem "zerar" presença de garimpeiros ilegais
Militares se preparam para ir a missão no território Yanomami em Roraima (Guilherme Resck/SBT News)
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O general de Exército Costa Neves disse em coletiva, na última semana, que o Comando Conjunto das Forças Armadas referente à Operação Ágata Fronteira Norte e as agências participantes desta proporão ao Governo Federal medidas a serem adotadas para que sejam consolidadas as conquistas obtidas, neste ano, no combate ao garimpo no território Yanomami em Roraima.

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"Porque nós não podemos retroceder. Muito pelo contrário, nós temos que avançar. Se mais de 90% deles foram embora, nós vamos buscar zerar essa atividade. Mas nós temos que fazer o planejamento de medidas de curto, médio e longo prazo, para garantirmos que esses resultados que nós alcançamos sejam consolidados e persistentes. Porque o Yanomami continuará precisando deste apoio, nós precisamos manter a terra indígena livre de crimes ambientais", complementou Costa Neves.

Na coletiva de imprensa, as Forças Armadas apresentaram os resultados das operações de ajuda humanitária aos indígenas e combate ao garimpo ilegal realizadas na terra indígena em Roraima. Os valores dos materiais apreendidos/inutilizados desde o início das ações, em fevereiro, como cassiterita, combustível e ouro, somam R$ 30.972.825,00. 

As operações Yanomami e Ágata Fronteira Norte entregaram 23.438 cestas básicas a indígenas. Além disso, 2.424 pessoas receberam atendimento médico, foram transportados 661.500 kg em cargas, e as horas de voo totalizam 5.200.

Além do Exército, Marinha e Aeronáutica, atuaram e atuam nas operações agências e órgãos de segurança pública, como a Polícia Federal (PF) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Segundo os militares, mais de 90% dos garimpeiros ilegais que se estimava ter no início do ano (20 mil) já deixaram o território Yanomami, e agora as Forças e as demais entidades trabalham para expulsar os restantes e, por meio da neutralização dos equipamentos deixados e estrangulamento das fontes de apoio logístico, impedir o retorno dos criminosos.

Segundo o general de Exército Costa Neves, comandante da Ágata Fronteira Norte, o número de voos clandestinos dos garimpeiros diminuiu 95% graças às duas operações feitas no período a partir do início de fevereiro.

A Ágata Fronteira Norte continuará, conforme o militar, "enquanto o decreto estiver em vigor e enquanto a coordenação dos ministérios em Brasília julgar que é necessária a continuação".

As atribuições dos militares no enfrentamento ao garimpo ilegal incluem realizar ações de monitoramento e efetuar prisões em flagrante. Na vertente humanitária, devem, por exemplo, fazer a distribuição de cestas básicas aos indígenas, obrigação que já tinham na Operação Yanomami também.

Recuperação ambiental

Imagens apresentadas na coletiva de imprensa mostram um local de garimpo e um rio, em Roraima, antes e depois das operações. É possível observar que, graças à saída dos garimpeiros, a natureza está se recuperando.

Garimpo do Rangel

Rio Uraricoera

**Reportagem atualizada às 11h10 de 03/07/2023

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