Simone Tebet, a candidata que mostrou conhecimento e força nos debates
Com experiência na CPI da Covid e outros embates, a 1ª corrida pela presidência não intimidou senadora
De origem libanesa, o sobrenome Tebet é conhecido no Mato Grosso do Sul pela atuação na política. O imigrante Ramez conduziu carreira em cargos regionais e federais. Com a mulher Fairte, teve quatro filhos.
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A primeira nasceu no dia 22 de fevereiro de 1970 em Três Lagoas (MS). Batizada de Simone Nassar Tebet, a hoje senadora da República deixou o estado natal para cursar direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Depois, mestrado na mesma área na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Simone Tebet lecionou direito público e administrativo em diversas instituições e foi diretora técnica jurídica na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Nesse tempo conheceu quem se tornaria seu marido, o deputado estadual Eduardo Rocha (MDB-MS), com quem tem duas filhas. O contato com a política intensificou o interesse em continuar esse que tornou o legado da família.
Em 2003 foi eleita deputada estadual. Dois anos depois, prefeita da cidade natal, onde foi reeleita. Em seguida, vice governadora do estado. Em 2015, conquistou a atual vaga no Senado.
Destaque na CPI
Durante boa parte de sua vida em Brasília, Simone costumava chamar atenção apenas no noticiário político do estado. Até que em 2021, no ápice da pandemia, foi formada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação do governo federal.
A senadora se preparou para os depoimentos. Conseguiu se mostrar segura e ganhou destaque na comissão. Questionou a atuação da Controladoria Geral da União (CGU) no caso da compra da Covaxin, a vacina indiana.
"A CGU está fazendo o processo de advogado de defesa. E ela foi criada para ser um órgão de fiscalização. Agora temos um CGU que passa pano e deixa as coisas acontecerem. Fico imaginando se esse inquérito vai apurar quem foi omisso de fato", provocou ela.
Simone Tebet ainda conseguiu fazer que o deputado Luis Miranda (Republicanos-DF) citasse o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), como responsável por suposta irregularidade na aquisição da Covaxin.
Também descobriu informações infundadas no documento apresentado pelo então secretario-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, e o ex-ministro Onyx Lorenzoni, à frente da Secretaria-Geral na época.
Vitoriosa por participar
Simone Tebet é candidata à Presidência da República pelo MDB, o que já pode ser considerada uma vitória nesse processo. A legenda é conhecida por lançar pré-candidaturas, e depois não ter força suficiente entre filiados para apoiá-las. Ocorreu com Ulysses Guimarães, em 1989, e Orestes Quércia, em 1994.
O partido, um dos mais antigos do país, só teve representantes no mais alto cargo político indiretamente. Em 1985 com José Sarney, que assumiu após a morte de Tancredo Neves, e em 2016 com Michel Temer, depois do impeachment de Dilma Roussef.
O MDB, geralmente, apoia quem está no poder. O que já é visto com desconfiança. Ainda mais quando Temer não apoiou Dilma àquela época. O cenário é duvidoso para Tebet, que não tem apoio integral de seus colegas partidários. Alguns apoiam Bolsonaro, outros Lula. A situação também é ruim quanto aos outros partidos da chamada terceira via.
Mesmo com a derrota nas urnas, Simone Tebet se qualificou ao longo da campanha, principalmente durante os debates.