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Brasil

Corretora de criptomoedas é acusada de golpe avaliado em R$ 700 milhões

A empresa, que oferecia rendimentos acima do mercado, operava em um esquema de pirâmide

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Gráfico (Reprodução/SBT Brasil)
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A corretora de criptomoedas MKS Invest é acusada pelos clientes de aplicar um golpe avaliado em cerca de R$ 700 milhões. A empresa, que oferecia rendimentos acima do mercado, operava em um esquema de pirâmide.

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Rafael Pereira Santos poupou durante anos para comprar um imóvel na praia, mas há alguns dias descobriu que foi vítima de fraude financeira. Ele investiu R$ 90 mil em criptomoedas, por meio da corretora, com a promessa de rendimentos de até 5% ao mês. Para se ter uma ideia, a caderneta de poupança em 2021 rendeu menos de 3% ao ano. A ideia era manter o investimento durante seis meses. "Cinco parcelas recebidas da rentabilidade. A última, eles inventaram mil desculpas e aí veio essa carta de distrato", afirma Rafael.

A MKS Invest cancelou os contratos, dando como justificativa um projeto de lei, aprovado no congresso, que regulamenta o mercado de criptomoedas no Brasil. Negociar esse tipo de ativo é legal, mas até agora não existe um órgão oficial que fiscalize as operações. Aos clientes, a empresa disse que vai devolver tudo em 10 vezes. Ao SBT, afirmou que a maioria aceitou o acordo e que já até teria começado a pagar. 

Interromper os negócios dessa forma pode nem ser o primeiro delito cometido pela MSK. Os credores acusam a corretora de fazer pirâmide, aquele tipo de operação em que os participantes ganham enquanto outros novos vão entrando e colocando dinheiro no negócio. Os organizadores sempre fazem parecer fácil lucrar, mas pirâmide, é crime de estelionato com pena de 1 a 4 anos de reclusão.

Uma advogada especialista em direito digital representa dez clientes que não tiveram os recursos devolvidos até agora: "Ela cometeu uma fraude no mercado porque ela vem operando desde 2019 no esquema que é típico do que a gente considera uma pirâmide", afirma Elaine Keller.

Caio César Amaral é médico e investiu cerca de R$ 300 mil e também teve o contrato cancelado. "Houve uma coação, caso você não assine esse distrato, você não vai receber o seu dinheiro", afirma o médico. É todo o dinheiro que eu trabalhei, inclusive enfrentei a pandemia de covid, trabalhei na linha de frente e esse era o dinheiro para fazer o sonho da minha mãe de ter uma casa própria", relata.

Os clientes que foram lesados podem procurar o Procon e fica o alerta da advogada: "As pessoas precisam tomar muito cuidado com os discursos de ganhos acima da rentabilidade normal de mercado e procurar saber se alguém está investindo nela há algum tempo e recebido retorno, para que não hajam mais casos iguais a esse".

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