Falsificações geraram prejuízo superior a R$ 400 bilhões em 2023
Pela primeira vez, o setor que lidera o anuário da falsificação no país é o de bebidas
As falsificações, o contrabando e a pirataria geraram um prejuízo de R$ 414 bilhões aos cofres públicos em 2023. O dado faz parte de um anuário lançado nesta sexta-feira (15), Dia Nacional de Combate à Falsificação.
As falsificações mais conhecidas são as que aparecem no comércio de rua, mas elas são apenas a ponta do iceberg.
"Produtos cirúrgicos e hospitalares falsificados, medicamentos, suplementos alimentares, anabolizantes, autopeças, ou seja, não se falsifica mais somente roupas e bolsas como antigamente, infelizmente", afirma Rodolpho Ramazzini, presidente da Associação Brasileira de Combate à Falsificação.
Pela primeira vez, o setor que lidera o anuário da falsificação no país é o de bebidas, que registrou perdas de R$ 79 bilhões em 2023, relativas ao contrabando e à sonegação fiscal. Antes, o ranking era liderado por cigarros e combustíveis.
Só neste ano, 15 fábricas clandestinas de bebidas falsificadas foram fechadas no país.
"Isso se dá por vários fatores, mas principalmente pela ausência da rastreabilidade de produção desde que a Receita parou de rastrear bebidas no final de 2016", afirma Rodolfo.
O contrabando tem ligações com o crime organizado e envolve grandes quadrilhas, de acordo com o anuário. Os produtos são fabricados na China, mas montados no Paraguai, ou mesmo no Brasil. O país tem 16 mil quilômetros de fronteiras e apenas 32 postos de fiscalização.