Morre escritora ucraniana ferida em ataque russo contra restaurante
Victoria Amelina estava internada desde a última 3ª feira (27.jun) com fraturas graves no crânio
Camila Stucaluc
Morreu no último sábado (1º.jul) a escritora ucraniana Victoria Amelina, de 37 anos, ferida durante um ataque russo contra uma pizzaria na cidade de Kramatorsk, no leste da Ucrânia. A informação foi divulgada pela Organização PEN Ucrânia, responsável por promover a liberdade de expressão e da literatura ucraniana no país.
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Segundo a entidade, a morte de Victoria ocorreu no Hospital Mechnikov, em Dnipro, onde a escritora estava internada desde a última 3ª feira (27.jun) com fraturas graves no crânio. "Médicos e paramédicos em Kramatorsk e Dnipro fizeram tudo o que podiam para salvar sua vida, mas os ferimentos foram fatais", disse a organização.
Victoria estava jantando com uma delegação de escritores e jornalistas colombianos quando a pizzaria foi atingida por um míssil russo. O ataque resultou na morte de 13 pessoas, contando com a escritora, e em mais de 60 feridos. O governo ucraniano classificou o ato como crime de guerra. A Rússia, por sua vez, negou ter atingido o estabelecimento, afirmando que mira apenas em alvos militares.
Victoria Amelina nasceu em 1º de janeiro de 1986, em Lviv, e foi uma romancista, ensaísta, poetisa e ativista de direitos humanos ucraniana. Ela ganhou o Prêmio Joseph Conrad de Literatura por obras em prosa, incluindo os romances Dom's Dream Kingdom e Fall Syndrome, e foi finalista do European Union Prize for Literatura.
Desde o início da invasão russa na Ucrânia, Victoria começou a documentar crimes de guerra russos em territórios desocupados nas partes leste, sul e norte da Ucrânia. Em Kapytolivka, perto de Izium, por exemplo, a romancista encontrou um diário de Volodymyr Vakulenko, um escritor ucraniano morto pelos russos.
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Ao mesmo tempo, Victoria começou a trabalhar no primeiro livro de não-ficção em inglês. Intitulado War and Justice Diary: Looking at Women Looking at War, que deve ser publicado em breve no exterior, a escritora conta histórias de mulheres ucranianas durante a guerra.
