PF prende grupo suspeito de trocar etiquetas de bagagens para traficar drogas
Duas brasileiras estão detidas injustamente na Alemanha, acusadas de tráfico internacional
Simone Queiroz
A Polícia Federal prendeu, nesta 3ª feira (4.abr), seis funcionários de empresas terceirizadas que trabalham para companhias aéreas no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
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Segundo a PF, o grupo trocava etiquetas de bagagens para enviar drogas ao exterior. Duas brasileiras estão detidas injustamente na Alemanha, acusadas de tráfico internacional.
Era para ser a viagem dos sonhos: partindo de Goiânia, com escala no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, e destino à Alemanha, mas as duas viajantes acabaram presas no dia 5 de março, no Aeroporto de Frankfurt. Na bagagem, havia cocaína.
As malas com as drogas tinham a etiqueta de identificação das brasileiras, que, no entanto, afirmaram categoricamente não serem delas. As duas mulheres, inclusive, segundo a polícia, não têm o perfil padrão de mulas, que são as pessoas contratadas para transportar entorpecentes. A partir deste caso, a investigação realizada no Brasil identificou uma quadrilha infiltrada no Aeroporto de Guarulhos.
Os criminosos trocavam as etiquetas das malas já despachadas. O nome dos passageiros era colocado em bagagens com drogas.
A Polícia Federal esclareceu que as acusadas, desde que despacharam em Goiânia, não tiveram mais contato com as malas, que só seriam recuperadas na Alemanha.
"Foram 20kg de entorpecentes em cada mala, sendo que, quando elas embarcam aqui, a mala de cada uma tem menos de 20kg", diz Marcela Rodrigues, superintendente regional da PF em Goiás.
A polícia não descarta que criminosos tenham atuado fora do Brasil também. "É possível que haja a participação de pessoas no exterior também, porque essas bagagens chegam lá, alguém tem que pegar essas bagagens, tem que ter autorização de alguém pra poder retirá-las da esteira", diz Rodrigo Teixeira, delegado regional da Polícia Judiciária de Goiás.
A administração do Aeroporto de Guarulhos, onde, segundo a polícia, acontece a troca de etiquetas, se limitou a dizer que o manuseio das bagagens é de responsabilidade das empresas aéreas.
"Nós aqui estamos conscientes dessa inocência delas e a gente pede pras autoridades alemãs que possam analisar de maneira mais célere esse processo e colocá-las, conforme for necessário, em liberdade, nem que seja pra seguir a investigação lá", diz Giordano de Souza, chefe de gabinete de assuntos internacionais do governo e Goiás.
O Ministério das Relações Exteriores afirmou que tem conhecimento do caso e presta assistência às brasileiras.
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