Estudo aponta que mais de 4 mil pessoas morreram em desmoronamentos desde 1988
Estados da região Sudeste lideram as mortes que são, em sua maioria, por soterramentos
Airton Salles Júnior
Um estudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) mostra que nos últimos 35 anos mais de 4 mil brasileiros perderam a vida em desmoronamentos causados pela chuva.
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Sempre que volta ao local da tragédia, Dinólia da Silva observa a casa onde morava com a família e parece não acreditar no que aconteceu. Nesta área, em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, morreram mais de 16 pessoas durante um desmoronamento causado pela chuva em fevereiro do ano passado. Sete eram parentes dela.
De acordo com um levantamento divulgado pelo IPT, nos últimos 35 anos 4.218 brasileiros que viviam em locais considerados de risco morreram por causa dos estragos causados pelas chuvas. A maioria por soterramentos. Estados da região Sudeste lideram as mortes.
"Com essas mortes em São Sebastião passamos de 4.200. O Estado do Rio é o estado com maior número de mortes, influenciado por 2011 quando morreram mais de 900 pessoas em um evento só. Depois vem o estado de São Paulo", disse o pesquisador do IPT, Eduardo Soares de Macedo.
A tragédia desta semana no litoral norte de São Paulo não é a primeira na região. Em 1967, fortes chuvas mataram pelo menos 500 pessoas em Caraguatatuba, cidade vizinha a São Sebastião.
Segundo os especialistas, casos de desmoronamentos com vítimas soterradas expõem a falta de ações efetivas para prevenir ou reduzir riscos. Áreas localizadas nas encostas dos morros são ocupadas irregularmente por famílias sem outra opção de moradia.
