Pará tem 7 das 10 áreas protegidas mais ameaçadas pelo desmatamento na Amazônia
Segundo levantamento do Imazon, mais de 4 mil km² da floresta foram desmatados entre julho e setembro
Nara Bandeira
Um levantamento do Imazon, divulgado nesta 2ª feira (07.nov), revelou o desmatamento de 4.280 km² na Amazônia, entre julho e setembro. De acordo com o instituto, o número inclui áreas protegidas, onde a destruição deveria ser zero.
O Imazon diferencia áreas "pressionadas" pelo desmatamento, onde já houve alguma destruição da floresta, e áreas "ameaçadas", que tiveram desmatamento no entorno.
O Pará tem 7 das 10 áreas protegidas mais pressionadas, e 5 das 10 mais ameaçadas, conforme explica a pesquisadora do Imazon, Bianca Santos: "essas regiões têm seus municípios constantemente ameaçados pela expansão da agropecuária, e pelos resultados do presente estudo, essa ameaça está se expandindo para dentro de áreas protegidas".
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O levantamento destaca ainda o avanço da devastação em áreas protegidas no Acre, segundo menor estado da chamada 'Amazônia Legal', mas que tem 2 das 10 áreas mais pressionadas, e a líder do ranking, a reserva extrativista Chico Mendes.
Áreas protegidas são terras indígenas, quilombolas e unidades de conservação, que servem para a manutenção da biodiversidade, estoque de carbono e regulação do clima.
O estudo identificou redução no desmatamento desses territórios de julho a setembro deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, segundo os pesquisadores, 2021 foi um ano de pico na destruição. Por isso, a preocupação continua.
Para conter o avanço da devastação da floresta, o Imazon sugere urgência no aumento da fiscalização. "Aplicando multas e embargos em áreas ilegalmente desmatadas. Além de identificar autores, para que eles sejam devidamente punidos. Também é muito importante que sejam vetados os projetos de lei que visam a redução ou a extinção de áreas protegidas", sugere a pesquisadora Bianca Santos.
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