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Brasil

IBGE: Indústria teve queda de vagas e valor de salários em 10 anos

Desemprego engloba desde infraestrutura precária à falta de mão de obra especializada

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Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra uma queda no valor dos salários e no número de postos de trabalho gerados pelo setor da Indústria no período de 10 anos. Dentre os fatores que influenciaram na redução dos empregos estão a infraestrutura precária das fábricas e a falta de mão de obra especializa.

Em uma fábrica de embalagens da Grande São Paulo, o ritmo de trabalho continuou acelerado mesmo durante a crise sanitária do novo coronavírus. "Hoje, a gente está com 58 funcionários. A empresa cresceu 150% durante a pandemia", observa o CEO da empresa, Wanderson Salles.

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O salário dos funcionários, no entanto, não refletiu essa boa fase e ficou estagnado. "Na verdade, houve sim esse achatamento em relação ao salário mínimo anterior", acrescenta o CEO.

Realidade que é sentida no bolso dos funcionários. "O salário já subiu, já desceu, já teve ano que teve um bom aumento, de acordo com o dissídio... já teve ano que foi pouco", conta o encarregado de produção, Valdo Fernandes.

Um cenário que se replica por toda o setor. Segundo o IBGE, entre 2011 e 2020, a remuneração média da Indústria caiu 24,6%, o equivalente a 3 salários mínimos e meio para 3 salários mínimos.

Para o economista do Insper, Roberto Dumas, a redução foi uma maneira de tentar evitar demissões. O especialista cita ainda o que teria levado a esse resultado. "Passa por imposto, passa por juro, passa por burocracia, passa por infraestrutura, passa pela produtividade do trabalhador", diz Dumas.

A pesquisa também indica que, neste período, cerca de 1 milhão de vagas foram fechadas, o que representa uma queda de 11% em relação à década anterior, e quase 10 mil empresas encerraram suas atividades.

Uma das fábricas que estão fechando as portas é a Toyota do ABC Paulista. Existe um simbolismo por trás dessa unidade, que foi a primeira fora do Japão em todo o mundo. Parte da produção será transferida para o interior do estado de São Paulo, deixando uma região, antes conhecida como um "celeiro" de empregos industriais, ainda mais fragilizada.

Jefferson sentiu na pele essa mudança na região. Ele lembra que só conseguiu voltar ao mercado depois de 1 ano desempregado. "Se não tivesse empregado, nem sei o que seria. Você tem que agarrar as oportunidades que aparecem", pondera o líder de logística, Jefferson Cabral.

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