Após fala racista, oficial da Marinha é liberado depois de audiência
Ato criminoso contra professor de skate foi registrado no parque do Ibirapuera, em São Paulo (SP)

SBT News
O oficial da Marinha, que chamou um professor de skate de "preto de merda", não passou nenhum dia na prisão após ser indiciado por injúria racial e passar por audiência de custódia, sendo liberado. O crime foi registrado no Parque do Ibirapuera, em São Paulo (SP) na última 6ª feira (2.set).
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"Minha sensação foi de pena, pena ver meu semelhante assim", afirmou o professor, que preferiu não se identificar. Ele tinha acabado de dar uma aula quando viu o branco capitão da Marinha Joanesson Stalschmidt, de 36 anos, andando de bicicleta na área da prática de skate. Segundo o professor, ele e os amigos avisaram o racista de que o oficial estava no local errado.
O capitão se irritou. "Aí depois ele voltou, [dizendo]: ?vocês sabem com quem estão falando?? Eu falei não sei, mas você está no lugar errado. Aí ele não gostou, [disse] 'eu sou policial'", relatou o professor. Na sequência, a fala racista. Outras pessoas que testemunharam a fala criminosa foram para cima do militar.
A pena para injúria racial varia de um a três anos de prisão e a defesa de Stalschmidt contesta a versão do professor. Em nota, a advogada Ruth Wagner afirmou que o oficial foi "intimidado" pelo grupo de skatistas e que a edição do vídeo "foi alterada". A defensora ainda acrescentou que, somente após a provocação, em um "ato impensado e do qual se arrepende", que o capitão disse a expressão criminosa e racista. Em nota, o Tribunal de Justiça de São Paulo pontuou que o caso tramita sob sigilo.
O professor de skate afirmou que abrirá processo contra o oficial da Marinha e disse que, apesar da tristeza, "vai até o fim". "Quero que fique de lição", afirmou.
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