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Política

"Processo penal é prova, não disputa política ou ideológica”, diz Barroso

Em defesa do papel do Judiciário, o ministro disse que durante a ditadura que não havia devido processo legal público e transparente: "Era um mundo de sombras"

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Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso | Gustavo Moreno/STF
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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, defendeu nesta segunda-feira (8) o papel da Corte no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o ministro, o processo penal "é prova, não disputa política ou ideológica".

"Não gosto de ser comentarista do fato político do dia e estou aguardando o julgamento para me pronunciar em nome do Supremo Tribunal Federal. A hora para fazê-lo é após o exame da acusação, da defesa e apresentação das provas, para se saber quem é inocente e quem é culpado. Processo penal é prova, não disputa política ou ideológica", afirmou à Folha de S.Paulo.

Em seu discurso, Barroso citou o momento que o Brasil viveu um período de ditadura militar. O ministro disse que durante o período, "não havia devido processo legal público e transparente".

“Tendo vivido e combatido a ditadura, nela é que não havia devido processo legal público e transparente, acompanhado pela imprensa e pela sociedade em geral. Era um mundo de sombras. Hoje, tudo tem sido feito à luz do dia. O julgamento é um reflexo da realidade. Na vida, não adianta querer quebrar o espelho por não gostar da imagem”, afirmou o ministro.

Discurso de Tarcísio

A oposição do governo afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não está tendo um julgamento correto. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por exemplo, criticou o ministro Alexandre de Moraes e o chamou de "ditador".

Tarcísio também defendeu, durante manifestação bolsonarista na Avenida Paulista no 7 de Setembro, que Bolsonaro não está tendo um julgamento justo. "Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes. Ninguém aguenta mais o que está acontecendo neste país", acrescentou.

+Na Paulista, Tarcísio pressiona Câmara por anistia e critica julgamento de Bolsonaro no STF

Julgamento

O Supremo Tribunal Federal (STF) encerra na próxima sexta-feira (12) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus por tentativa de golpe de Estado. O processo do "núcleo 1" é julgado pela Primeira Turma.

Bolsonaro e os demais acusados respondem por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe, dano qualificado por violência contra patrimônio público e deterioração de patrimônio tombado.

+Julgamento de Bolsonaro pode redefinir forças da direita e da esquerda nas eleições de 2026

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