Polícia Civil busca suspeitos de participarem de assassinato de delegado em São Paulo
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, esteve no sepultamento do agente; investigações continuam
A Polícia Civil de São Paulo decretou dois pedidos de prisão temporária para dois suspeitos de participar do assalto que terminou na morte do delegado do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) Mauro Guimarães Soares, neste sábado (21), na Vila Romana, na Zona Oeste de São Paulo.
"Todas as equipes, tanto do Deic quanto territorial do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), se mobilizaram para que se pudesse esclarecer esse caso, identificar o indivíduo que foi baleado ali, o individuo que cometeu esse crime, bem como os demais que estariam dando cobertura", afirmou o Artur José Dian, delegado-geral da Polícia Civil do Estado de São Paulo.
Dian afirmou neste domingo (22), do lado de fora do cemitério onde Soares foi enterrado, que as equipes continuam em diligência para capturar esses indivíduos e entender a participação deles no crime. Segundo o delegado-geral, um dos suspeitos estava numa moto e, por imagens de outras ruas, é possível ver que os dois atuavam em conjunto. A Polícia Militar localizou as motos usadas pelos criminosos e a caixa de entregas que o assassino usava no momento do crime.
O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes esteve presente no sepultamento do delegado, neste domingo (22), no cemitério Gethsêmani, na zona sul de São Paulo. Representantes da cúpula da Polícia Civil e da Polícia Militar também homenagearam o delegado. Mauro Guimarães Soares tinha 59 anos de idade e 35 anos de experiência.
Como foi o assalto
O delegado do Deic caminhava ao lado da mulher na manhã de sábado (21), na Vila Romana, quando foi abordado por um criminoso, que roubou sua corrente de ouro. Mauro Guimarães Soares, que trabalhava no Deic, foi alvejado duas vezes e chegou a atirar no assaltante. A esposa da vítima, que é também delegada do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), estava junto e tentou conter o criminoso.
O assaltante chegou a fugir, mas acabou capturado e foi levado para o hospital, onde está internado sob custódia da polícia desde então. O criminoso foi identificado como Enzo Wagner Lima Campos, de 24 anos. Ele estava em liberdade desde maio deste ano, depois de ter sido condenado por roubo.
O criminoso responde a quatro inquéritos por crimes como porte ilegal de arma, roubo, lesão corporal, receptação de produto de roubo e resistência à prisão. Em sua ficha criminal constam sete processos desde 2018.
Segundo o delegado Artur José Dian, o criminoso chegou a falar com os policiais, mas deu informações desencontradas e agora está desacordado. "Um criminoso perigosíssimo, que não deveria estar na rua", afirmou. "Infelizmente, por causa da nossa legislação, da nossa política criminal, ele, com diversas passagens pela polícia, cometeu mais um fato criminoso e levou a vida de um policial."