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Justiça

Júri de Jorge Guaranho, acusado de matar tesoureiro do PT em festa, começa nesta terça

Ex-policial penal invadiu festa de aniversário de Marcelo Arruda e disparou três vezes; crime aconteceu em julho de 2022

Imagem da noticia Júri de Jorge Guaranho, acusado de matar tesoureiro do PT em festa, começa nesta terça
Marcelo Arruda foi morto durante a própria festa de aniversário | Reprodução
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O ex-policial penal Jorge Guaranho começa a ser julgado às 10h desta terça-feira (11) pelo homicídio duplamente qualificado de Marcelo Arruda, guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), em 2022. O crime aconteceu em julho de 2022, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, durante a festa de aniversário de 50 anos do petista, que tinha como tema o PT e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. (Relembre abaixo).

+ Vídeo: veja imagens da discussão antes da morte de petista no Paraná

O júri popular será presidido pela juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler, magistrada da Vara Privativa do Tribunal do Júri do Foro Central de Curitiba. Inicialmente previsto para ocorrer no Fórum de Foz do Iguaçu, o Tribunal de Justiça decidiu pela transferência do caso para Curitiba, atendendo a um pedido da defesa do réu, que alegou a necessidade de um julgamento imparcial.

No julgamento, o Ministério Público do Paraná vai sustentar que o bolsonarista Guaranho matou o petista por motivo fútil (a divergência política) e com perigo comum (pelo fato do acusado ter atirado contra a vítima em local com outras pessoas, colocando-as em risco). A previsão é de que o júri pode se estender até quinta-feira (13).

Realizado inicialmente em abril do ano passado, o julgamento foi suspenso após a defesa do ex-policial penal abandonar o plenário, alegando desrespeito a questões processuais.

Relembre o crime

Segundo as investigações, o ex-policial penal descobriu que, no clube onde era sócio, acontecia uma festa de aniversário com temática do PT. Ele foi até o local acompanhado da esposa e do filho, alegando estar fazendo uma ronda. Ao chegar, colocou uma música de Bolsonaro para tocar e discutiu com Marcelo Arruda, que celebrava seus 50 anos com amigos e familiares.

O ex-policial penal Jorge Guaranho | Reprodução
O ex-policial penal Jorge Guaranho | Reprodução

Na época, a esposa de Guaranho disse que ela e o filho foram atingidos por um punhado de terra, supostamente jogado por Marcelo Arruda no carro em que eles estavam, o que teria motivado a discussão. O ex-policial penal deixou a festa, levou a família para casa e retornou ao local armado com uma pistola registrada no Departamento de Polícia Penal do Paraná. Ele invadiu a comemoração e, apesar da tentativa da viúva do petista, Pamela Silva, de impedi-lo, começou a atirar.

Guaranho disparou três vezes contra Marcelo, atingindo-o duas vezes, sendo um dos tiros no peito. Mesmo ferido, Arruda reagiu e baleou o ex-policial penal quatro vezes. Já caído, Guaranho foi agredido com chutes na cabeça por convidados da festa. O petista foi socorrido e levado ao hospital, mas morreu. Ele deixou esposa e quatro filhos, sendo o mais novo com apenas 40 dias na época.

Marcelo Arruda era guarda municipal há 28 anos e diretor do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi). Nas eleições de 2020, foi candidato a vice-prefeito pelo PT, em Foz do Iguaçu.

Marcelo Arruda foi morto durante a própria festa de aniversário | Reprodução
Marcelo Arruda foi morto durante a própria festa de aniversário | Reprodução

Após o crime, Guaranho foi internado e, depois de se recuperar, ficou preso na Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu e no Complexo Médico Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Desde setembro de 2024, ele cumpre prisão domiciliar e é monitorado por tornozeleira eletrônica.

Em março de 2024, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, demitiu o ex-policial penal após um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), instaurado na época do crime para apurar a atuação de Guaranho.

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